A
União Europeia (UE) anunciou nesta segunda-feira a mobilização de 14,6 milhões
de euros para ajuda humanitária em Moçambique, cinco milhões dos quais serão
para a população em Cabo Delgado, bem como a alocação de três milhões a Angola.
Em
causa está um pacote de apoio da UE para as pessoas mais vulneráveis da África
Austral, no qual se incluem, então, 14,6 milhões de euros para Moçambique e
três milhões de euros para Angola, de uma verba total de 64,7 milhões de euros
de ajuda humanitária à região, informa a Comissão Europeia em comunicado.
O
executivo comunitário precisa que, no caso de Moçambique, parte do
financiamento visa fazer face à “grave deterioração da situação em termos de
segurança em Cabo Delgado, no norte de Moçambique”, zona para a qual a UE
mobiliza “cinco milhões de euros para prestar apoio às pessoas mais vulneráveis
da região”.
A
província nortenha de Cabo Delgado está sob ataque desde outubro de 2017 por
insurgentes, classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas
e internacionais como ameaça terrorista.
Em
dois anos e meio de conflito em Cabo Delgado, onde avança o maior investimento
privado de África para exploração de gás natural (liderado pela francesa
Total), estima-se que já tenham morrido, pelo menos, 700 pessoas e que 250 mil
já tenham sido afetadas.
Em
termos gerais, o financiamento comunitário hoje anunciado visa, também, prestar
ajuda alimentar às famílias vulneráveis e apoio os agricultores, dada a seca na
África Austral, bem como financiar ações de prevenção e de preparação dos
sistemas de saúde locais e ainda prestar assistência em matéria de educação.
Numa
alusão ao surto de covid-19, a Comissão Europeia destaca que outro dos
objetivos deste apoio à região é “financiar projetos de preparação para
catástrofes que abranjam igualmente as novas necessidades decorrentes da
pandemia”.
Além
de Moçambique e de Angola, este pacote de ajuda destina-se ainda a financiar
projetos humanitários no Botsuana (1,95 milhões de euros), nas Comores (500 mil
euros), no Essuatíni (2,4 milhões de euros), no Lesoto (4,8 milhões de euros),
em Madagáscar (7,3 milhões de euros), no Maláui (7,1 milhões de euros), nas
Maurícias (250 000 euros), na Namíbia (dois milhões de euros), na Zâmbia (cinco
milhões de euros) e no Zimbabué (14,2 milhões de euros).
“Um
montante suplementar de 1,6 milhões de euros destina-se a apoiar ações
regionais de preparação para catástrofes”, refere ainda o executivo
comunitário.
A
região da África Austral teve, em 2019, um dos trimestres mais secos desde
1981, enfrentando uma grave seca que já causou grandes perdas de gado e
destruição das culturas, problemas estes que vieram agudizar as dificuldades
econômicas daquela população.
A
pandemia de covid-19 poderá agravar ainda mais as necessárias humanitárias já
prementes na região. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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