Fernando
Henrique Vaz Mendes, presidente da Academia de Letras e Artes da Guiné-Bissau (ALAB), defende que o
intuito da recém-criada entidade cultural deve ser “incentivar o uso da
literatura e da arte como um fator essencial na coesão nacional e de
aproximação dos povos”.
Criada
há poucos meses, a ALAB, que tem sede em Bissau, capital desse país africano,
aposta nas áreas da literatura e das artes e, sobretudo, na promoção da língua
portuguesa e na preservação dos valores histórico-culturais da Guiné-Bissau.
Em
entrevista à nossa reportagem, Fernando Mendes explicou o papel dessa Academia,
reforçou a importância de se defender os valores morais e espirituais da
cultura africana e a formação guineense e falou sobre a conexão da ALAB com a
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Como e quando nasceu a Academia de Letras e Artes da
Guiné-Bissau (ALAB)?
A
ALAB é uma instituição cultural que surgiu recentemente na Guiné-Bissau,
assumindo-se desde logo como uma organização que pretende aglutinar no seu seio
todas as organizações nacionais vocacionadas para arte e literatura.
Quais são os objetivos da ALAB?
A
Academia tem como objeto precípuo promover o desenvolvimento das letras e artes
nacionais, a promoção da língua portuguesa e a preservação dos valores
histórico-culturais da Guiné-Bissau. O objetivo da ALAB será o de acolher no
seu seio valores literários e artísticos, resgatar a história da Guiné-Bissau,
apoiar e desenvolver o culto das letras, das artes e do intelecto, valorizar
escritores e artistas locais, exaltando pessoas e datas significativas,
promover a defesa da língua, dos valores morais e espirituais que fundamentam a
civilização ocidental, a cultura africana e a formação guineense.
Como caracteriza os valores históricos e culturais da
Guiné-Bissau?
A
Guiné-Bissau é um país culturalmente muito rico e diversificado, caracterizada
por um mosaico étnico, cujas manifestações culturais variam de etnia para
etnia, cujas diferenças são mais evidentes na dança, expressão artística,
casamentos e funerais.
A língua portuguesa continua viva no seu país?
Pese
embora a grande influência da francofonia, devido à posição geográfica da
Guiné-Bissau, a língua portuguesa continua sendo a única língua oficial.
Mantêm ligações com outros países de língua portuguesa?
A
ALAB, sendo uma organização pioneira, tem concentrado o seu esforço em agrupar
no seu seio todas as organizações guineenses de cariz cultural e ou artístico,
sendo elas sedeadas no território nacional ou no estrangeiro. Num futuro
próximo, a ALAB pretende estabelecer parcerias com organizações similares no
âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por isso, pretende
agir na promoção e expansão da língua portuguesa no mundo.
Quem faz parte da Academia?
A
Academia agrega escritores, atores, pintores e músicos. Deverá ser uma
embaixada da cultura da Guiné-Bissau para o mundo. A ALAB tem como estratégia
estabelecer parcerias privilegiadamente no espaço da CPLP.
Que projetos estão sobre a mesa neste momento?
Atualmente,
a ALAB tem concentrado o seu esforço na consolidação da organização através de
congregação no seu seio as principais, e porque não, todas as organizações
nacionais cujo objetivo se centre em questões de natureza literária e
artística.
O que esperam do futuro?
No
futuro, a ALAB pretende incentivar o uso da literatura e da arte como um fator
essencial na coesão nacional e de aproximação dos povos.
Que mensagem a Academia deixa para o mundo neste momento?
Neste
momento em que o mundo enfrenta uma pandemia, a ALAB apela aos povos para que o
combate ao Covid-19 seja encarado como uma questão cultural transversal a todas
as nações.
Por fim, quem é Fernando Henrique Vaz Mendes?
Sou
presidente da ALAB, licenciado em Engenharia Têxtil pela Universidade do Minho,
em Portugal, e acumulo as funções na ALAB com a de docente de Matemática,
diretor da empresa de direito guineense NOBA SABI e de diretor da escola de
condução Dinâmica. Igor Lopes – Brasil in “Mundo
Lusíada”
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