Portugal
poderá vir a ter estruturas para capturar dióxido de carbono de modo a poder
ser reutilizado ou armazenado, e a União Europeia vai financiar um estudo para
saber se é viável essa estratégia de redução de emissões.
Para
saber se é economicamente viável e do interesse das empresas que mais poluem,
uma equipa de investigadores vai percorrer o país entre a Figueira da Foz e
Setúbal durante um ano para ouvir empresas, autarquias organizações
não-governamentais e todas as partes interessadas.
O
investigador Júlio Carneiro, da Universidade de Évora, disse à agência Lusa que
a captura e reutilização de carbono se faz em torno de “grandes centros
emissores de dióxido de carbono, como centrais termoelétricas, refinarias ou
cimenteiras”.
O
processo é “separar e capturar” o dióxido de carbono presente nos gases
resultantes da combustão, “comprimi-lo a grandes pressões e transportá-lo,
através de gasodutos ou navios, para o reutilizar”.
Por
exemplo, em Portugal, que tem uma estratégia para o uso de hidrogénio como
fonte de energia, o dióxido de carbono pode ser combinado para produzir metano,
essencialmente “dando valor económico” a um gás que reforça o aquecimento
global quando é libertado para a atmosfera.
Além
da reutilização, há outra maneira de lidar com o dióxido de carbono capturado
nas estruturas industriais, encaminhando-o e armazenando-o na rocha terrestre,
em formações geológicas profundas, algo que a Noruega faz no mar do Norte desde
1996.
Júlio
Carneiro afirmou que a principal variável que é preciso avaliar é o “grande
investimento em infraestruturas que é necessário”, desde as instalações
específicas para captura do gás à rede de gasodutos que seria preciso construir
para o transportar.
O
investigador assinalou que a perspetiva de reutilizar o dióxido de carbono
também seria “atrativo para que não seja só um custo, mas também um proveito”.
O
projeto Strategy CCUS, da União Europeia, vai olhar para a chamada Bacia
Lusitaniana, uma área com cerca de 20 mil quilómetros quadrados que abrange
cerca de cem quilómetros da costa ocidental portuguesa.
Juntamente
com as zonas da bacia do rio Ebro, em Espanha, e o vale do Ródano, em França,
vai ser avaliada por uma equipa conjunta que inclui as universidades de Évora,
Nova de Lisboa, Direção Geral de Energia e Geologia e a cimenteira Cimpor.
Júlio
Carneiro indicou que em maio de 2022 deverão ser divulgadas as principais
conclusões da análise. In “Green Savers Sapo” – Portugal com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário