Elias Colaço, presidente da Associação de Goa, Damão e
Diu em Macau, ganhou o concurso público para a exploração do Quiosque do Lilau,
situado no largo com o mesmo nome. Com o objectivo de dinamizar a zona e reunir
as gentes do bairro, Elias Colaço disponibiliza cerveja de pressão e quer
começar a apostar nos petiscos e pratos de raiz portuguesa, entre outros
Um
espaço sem vida, mas cheio de história, ganha agora um novo dinamismo graças ao
projecto de Elias Colaço, que venceu o concurso público do Instituto para os
Assuntos Municipais (IAM) para a exploração do Quiosque do Lilau. Desta forma,
o espaço constitui agora um novo local de convívio para todas as comunidades
que habitam Macau, mas sobretudo para aqueles que têm saudades do hábito
tipicamente português de beber cerveja e petiscar ao ar livre.
Elias
Colaço, também presidente da Associação de Goa, Damão e Diu em Macau, reconhece
que trouxe uma lufada de ar fresco aos quiosques de Macau, que nunca tinham
tido um projecto de concessão virado para a cultura portuguesa.
“Introduzi
essa novidade e há muita gente da nossa comunidade portuguesa que fica
satisfeita por saber que eu peguei num quiosque e tentei dar-lhe um cunho
português”, contou ao HM. “Não é normal ver-se cerveja de pressão nos quiosques
de Macau e eu tenho isso aqui. E tenho tremoços, bem à moda portuguesa.”
A
concessão esteve em risco de não acontecer, uma vez que havia outro concorrente
em primeiro lugar, mas este acabou por desistir. “Acho que o que levou o IAM a
tomar uma decisão foi o facto de o nosso projecto ser completamente diferente daquilo
a que as pessoas estavam habituadas. Perceberam que uma coisa que estava
completamente abandonada poderia gerar novas oportunidades”, frisou Elias
Colaço.
A bela chamuça
O
projecto do presidente da Associação de Goa, Damão e Diu não passa apenas pela
comida e bebida, pois há a ideia de promover espectáculos musicais e outro tipo
de eventos no jardim. Elias Colaço quer, aos poucos, disponibilizar uma
gastronomia de origem portuguesa, muito devido às suas origens.
“Como
sou da Índia Portuguesa [Damão], quero servir algumas especialidades da minha
terra, e as pessoas contam com isso. Quero apostar em produtos diferenciados,
estou a trabalhar para ter hambúrgueres com um toque especial, por exemplo, ou refeições
ligeiras”, frisou.
Para
já a cerveja de pressão e alguns salgados e petiscos, como a chamuça, fazem
sucesso. “O feedback tem sido positivo, embora ainda venha pouca gente.
Não há uma regularidade, mas a partir de quinta-feira começa a vir muita gente.
Aos fins-de-semana costumo ter a casa cheia.”
Ao
explorar o Quiosque do Lilau, Elias Colaço quer também chamar a atenção para a
importância do património português no território. “O Largo do Lilau está
inserido no centro histórico, que é património da UNESCO. Fazia-me confusão
porque é que uma zona que tem classificação da UNESCO estava quase sem nada”,
rematou. Andreia Silva – Macau in “Hoje Macau”
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