O
director-geral da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, despediu-se
do cargo nesta quinta-feira afirmando que a agência está numa “encruzilhada”.
O
embaixador, que passou sete anos no comando da OMC, afirmou que o trabalho
realizado por ele tentou aproximar a agência da realidade do século 21 com
medidas que têm impacto não só no comércio mundial, mas na vida das pessoas.
Segundo Azevêdo, muito ainda tem de ser alcançado na agência.
Ronda de Doha
Roberto
Azevêdo lembrou do Acordo de Facilitação do Comércio, em Bali, com regras para
promover mais crescimento e desenvolvimento, e dos desafios enfrentados com a
Ronda de Doha, sobre a flexibilização do comércio mundial. Para Azevêdo, a Ronda
foi uma tarefa mais difícil e que ainda reserva vários desafios para se chegar
a um consenso.
O
director-geral citou algumas vitórias como a eliminação de tarifas, no valor de
US$ 1,3 trilião, sobre a geração de novos produtos de tecnologia. A medida é
resultado do Acordo de Tecnologia da Informação, assinado em Nairobi, em 2015.
O
embaixador contou que a OMC foi tomada por “fortes ventos políticos” e tensões
sobre o comércio internacional.
Para
Azevêdo, muitas políticas sócio-económicas dos países não fizeram tudo que
poderiam para assegurar os benefícios do comércio para todos.
Revolução Digital
O
chefe da agência diz que a Ronda de Doha não pode ser abandonada e que mais tem
de ser feito para avançar com as negociações sobre subsídios à pesca,
discussões no sector agrícola e outros tópicos importantes.
Roberto
Azevêdo afirma que uma das urgências da OMC é o comércio digital, parte da
realidade do século 21, e que ocorre décadas após a revolução do sector. Ele
lembra que a agência tem agora 164 países-membros, e que a receita de um modelo
único para todos não funciona na OMC, marcada pela diversidade dos seus
integrantes e as suas diferentes realidades macroeconómicas.
O
embaixador brasileiro agradeceu aos colaboradores da OMC e aos familiares pelo
apoio recebido no cargo. Renunciou faltando um ano para completar o segundo e
último mandato.
Roberto
Azevêdo desejou sorte ao sucessor, que ainda não foi escolhido.
Os
países que apresentaram candidatos foram México, Nigéria, Egipto, Moldávia, Quénia,
Coreia do Sul, Arábia Saudita e Reino Unido.
Três
são mulheres (Coreia do Sul, Quénia e Nigéria).
Em meados de julho, todos apresentaram as suas propostas no processo de
selecção e eleição, que deve durar algumas semanas. ONU News – Nações Unidas
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