A Comissão Europeia estima que a reabertura total das
fronteiras externas da União Europeia (UE) aos países terceiros “demore algum
tempo”, não esperando que isso aconteça ainda este ano, e aconselha os
Estados-membros a não tomarem decisões unilaterais
“Isso
pode demorar algum tempo”, declarou a comissária europeia para os Assuntos
Internos, Ylva Johansson, em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas.
Depois
de a UE ter encerrado, a 17 de março, as suas fronteiras externas a todas as
viagens “não indispensáveis”, no quadro dos esforços para conter a propagação
da covid-19, a comissária europeia responsável por esta tutela disse “não
acreditar” que haja uma reabertura integral ainda este ano, escusando-se também
a prever se isso acontecerá nos primeiros meses de 2021.
“Na
Europa, temos a situação sob controlo e se isso mudar podemos implementar novas
restrições para algumas regiões e isso é algo com que podemos lidar, mas a
nível global não está sob controlo”, destacou Ylva Johansson, notando que nos
parceiros terceiros ainda “existem áreas com uma situação ainda muito
problemática e fora de controlo”.
Além
disso, “coloca-se sempre a questão de quão confiável é a informação que é dada
por esse país [terceiro], por exemplo no que toca à taxa de infeção, e é por
isso que julgo que vai demorar algum tempo antes de as fronteiras externas
estarem totalmente reabertas”, justificou a responsável sueca.
Ainda
assim, já foram reabertas algumas fronteiras externas, numa lista que é revista
quinzenalmente e que tem em conta uma situação epidemiológica satisfatória de
covid-19.
Na
lista mais recente, adotada em meados de julho, foram retirados dois dos países
colocados na lista anterior (Montenegro e a Sérvia), continuando a deixar de
fora também os Estados Unidos e Brasil.
Dessa
lista fazem, então, parte 13 países terceiros aos quais é permitido retomar
viagens “não indispensáveis” para a Europa: Argélia, Austrália, Canadá,
Geórgia, Japão, Marrocos, Nova Zelândia, Ruanda, Coreia do Sul, Tailândia,
Tunísia, Uruguai e China.
Neste
último caso, existe porém uma condição de reciprocidade, com as fronteiras
externas da UE a só serem reabertas à China quando o país asiático fizer o
mesmo com a Europa.
E
de fora continuam países como Estados Unidos, Rússia e Índia e Brasil, assim
como todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e
Timor-Leste, dada a situação epidemiológica atual.
Na
entrevista à Lusa, Ylva Johansson aconselhou os Estados-membros da UE “a
seguirem a lista” e a “não abrirem as suas fronteiras para outros países fora
da lista”.
“Se
um Estado-membro se abre para outro [país terceiro], claro que todo o espaço
Schengen fica em risco”, alertou a comissária europeia.
Já
questionada sobre eventuais viagens de cidadãos europeus para fora da UE, Ylva
Johansson disse que estes “podem viajar para países que estão na lista”, mas
recordou que “viajar acarreta sempre riscos”, dada a pandemia.
Isentos
destas restrições às viagens de países terceiros para a UE estão cidadãos
europeus e familiares, residentes de longa data na União e respetivas famílias
e viajantes com funções ou necessidades especiais. Ana Neves – Portugal “Agência
Lusa”
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