A edição deste ano da Bienal Internacional de Arte de Macau terá um “Pavilhão da cidade de Portugal” e 80 obras de 13 países e regiões, que incluem Portugal. Dividida em seis secções, a Bienal contará com cerca de 30 exposições de 46 artistas locais e internacionais
A
Bienal Internacional de Arte de Macau vai apresentar o “Pavilhão da cidade de
Portugal”, com curadoria do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong,
anunciou o Instituto Cultural (IC). O espaço apresentará ao público “o espírito
humanista de uma pequena cidade que combina uma longa história e uma vitalidade
inovadora”.
Este
Pavilhão centrar-se-á na “tensão entre tradição e inovação, e no encanto
humanístico demonstrado no diálogo de múltiplas culturas, reflectindo o valor
da plataforma de Macau como o ‘Centro de Intercâmbio Cultural entre a China e
Portugal’”, referiu o IC.
A
Bienal teve um orçamento de cerca de 4,5 milhões de patacas, segundo Leong Wai
Man, presidente do IC, e decorrerá entre 19 de Julho e 19 de Outubro.
A
mostra contará com 46 artistas contemporâneos de 13 países e regiões, incluindo
Portugal, apresentando 80 obras e cerca de 30 exposições, que demonstram “o
papel único de Macau como uma ponte para intercâmbios culturais”. Em
conferência de imprensa, Feng Boyi, curador principal, esclareceu que não
haverá uma “exposição de grande envergadura”, contudo “serão expostas mais
obras”.
Dividida
em seis secções, a Bienal terá uma “Exposição Principal”, no Museu Arte de
Macau, uma “Exposição de Arte Pública”, a “Exposição Especial”, o “Projecto de
Curadoria Local”, a “Exposição Colateral” e o “Pavilhão da Cidade”. Feng
explicou que o tema da “Exposição Principal” – “Olá, o que faz aqui?”, uma
expressão cantonense “muito popular” -, demonstra “amizade, simpatia” e
interesse “em conhecer o outro”. A escolha resultou do “conservadorismo e
populismo” para o qual o mundo “está a virar”, afirmou Feng.
Na
“Exposição de Arte Pública”, a mostra “Ondas e Caminhos” vai apresentar cinco
conjuntos de obras de oito artistas, em diferentes bairros, para que as
comunidades possam “reduzir a distância com a arte”. A arte será incorporada
“no tecido urbano e na vida quotidiana, convidando os espectadores a re-imaginar
as possibilidades dos espaços públicos”.
A
RAEM convidou artistas do Interior da China, do Japão e da Coreia do Sul para
criar “A Torre do Tempo”, um símbolo de “amizade das cidades culturais da Ásia
Oriental”, na Praça do Centro Cultural de Macau (CCM). No projecto “Mercadores
e Guerreiros” serão exibidos “alimentos palpáveis e comestíveis” para construir
“elos de ligação sensoriais e emocionais” entre a terra e o público urbano.
Além
disso, Jason Ho vai “reparar as fracturas no seio da comunidade” com exibições
de filmes e encontros numa “sala de estar do bairro”, na Areia Preta. No Teatro
de D. Pedro V, a artista Ann Hamilton transformará o espaço “numa embarcação
mercante cultural”, que convidará os visitantes a “reflectir sobre as
correlações subjacentes entre a produção cultural, a identidade e a reprodução
artística”.
A
Praça do CCM vai ainda acolher a obra interactiva “Não Terminal”, da artista
chinesa Yin Xiuzhen. O trabalho de Yin convidará o público a reflectir “sobre o
sentido da vida num mundo turbulento, sublinhando a singularidade e a
diversidade dos indivíduos e das colectividades em movimento”.
Na
mesma secção do “Pavilhão da cidade de Portugal”, encontrar-se-á o Pavilhão de
Jinan, instalado na Galeria de Arte do Tap Seac. “O Rio Amarelo, as nascentes,
as montanhas e as cidades antigas” serão os quatro temas principais em torno
dos quais mais de 10 artistas locais vão explorar “o património cultural de
Qi-Lu com 2.700 anos de história”.
No
hotel Capella, do Galaxy, serão exibidas “peças intemporais” do cenógrafo e
pintor francês Bruno Moinard. À entrada da “Cotai Strip”, o público encontrará
a série “Clair de Lune”, inspirada nas “‘Moontowers’ originais da casa de
infância dos Haas Brothers” e organizada pela Melco Resorts &
Entertainment. O modelo de inteligência artificial “cAI”, criado por Cai
Guo-Qiang, vai também regressar ao MGM Macau, no espaço “Fantasy Box” para a
experiência “Uma IA, Um Espectáculo”.
Por
sua vez, a Sands China organizará a exposição “Dopamina: Fonte da Felicidade”,
no Venetian. Segundo o IC, artistas contemporâneos “prestigiados” vão
reinterpretar “a beleza eterna da mitologia romana”, fundindo-a com elementos
da Rua Sésamo.
Mario
Arroyo vai também curar uma colecção de 143 peças do “Museo Casa Natal
Picasso”, organizada pela SJM. As obras do artista andaluz estarão em exibição
no Grand Lisboa Palace. Por fim, o Wynn Palace apresentará projecções dos
fornos imperiais da Dinastia Qing, bem como obras de cerâmica contemporâneas
que reinventam técnicas tradicionais, da “Odisseia da Porcelana de Jingdezhen”.
Mais projectos locais
Leong
Wai Man afirmou que a elevada proporção de obras de arte estrangeiras pretende
“aumentar o contacto com a rede global de arte”. Por outro lado, a Bienal
servirá igualmente para promover os artistas locais, com uma participação de
curadores locais “muito maior que no ano passado”, reiterou a presidente. O
“Projecto de Curadoria Local” e a “Exposição Colateral” permitirão “mostrar ao
mundo a criatividade vibrante dos artistas de Macau”.
Este
ano estarão em exibição seis projectos de curadoria local, mais dois do que na
última edição. “A proporção de artistas locais é de 27% (…) o que é
comparativamente mais alto do que nos anos anteriores”, reiterou Leong. Esta
edição servirá também para seleccionar uma proposta para a Bienal de Veneza, do
próximo ano, segundo a presidente do IC.
Os
seis trabalhos de curadoria local são “Atrás do Jardim Oriental”, de Cheong
Weng Lam; “Sob a Península do Wetware”, de Daisy Di Wang e Wong Mei Teng;
“Duração Genética”, de Ung Vai Meng; “Torre de Jacone”, de Feng Yan e Ng Sio
Ieng; “Mar de Línguas”, de Hen Jun Yan e Zhang Ke; e “Uma Posição Enunciável
para Mulheres”, de Cheong Cheng Wa e Wang Jing.
A
“Exposição Colateral” inclui os projectos “Acredite Em Um Rio”, “Para Além do
Enquadramento”, “A Valsa do Adeus”, “Ei, estou com saudades de ti em Macau!”,
“Olá, estou aqui para ouvir o que Macau não disse!”, “Olá, Sorte!”, “Dado que
está – o Futuro”, “528Hz Re” e uma “Exposição Imersiva” do Património Mundial
de Macau. Pedro Milheirão – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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