Por forma a dar resposta aos desafios que advêm do uso generalizado de novas tecnologias nos sistemas de educação e formação, uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu ferramentas de inteligência artificial (IA) para acelerar o processo de criação de materiais educativos.
Denominado
“SmartEDU – Smart assistant for generating educational questions and
presentations”, este projeto tem como principal finalidade apoiar transmissores
de conhecimento (professores e formadores) no momento da criação de testes de
avaliação e de slides para apresentações, pretendendo que esta solução aumente
a eficiência deste tipo de processos e reduza o tempo despendido na preparação
de conteúdos.
«Neste
trabalho explorámos diferentes formas de automatizar a criação de testes a
partir de documentação com os temas abordados em formações/cursos, ou seja, a
plataforma gera uma lista de perguntas baseadas na matéria lecionada e no caso
das perguntas de escolha múltipla gera também as várias opções certas e
erradas», explica Hugo Gonçalo Oliveira, investigador do Centro de Informática
e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC) e docente no Departamento de
Engenharia Informática (DEI) da FCTUC. «Esta ferramenta pode ser aplicada a
qualquer cenário de educação, estando funcional em português e inglês», revela.
A
geração de slides, baseada também em conteúdos programáticos, é outra das
utilizações desta plataforma criada com o contributo do CISUC. «Em vez do
formador começar a apresentação do zero, tem um sistema que vai identificar os
tópicos principais dos documentos, sugerindo uma sequência de slides com esses
assuntos da matéria», descreve o investigador.
Este
trabalho, iniciado em 2021, foi desenvolvido para permitir aos docentes terem
mais tempo para os estudantes. «Se o professor perder menos tempo a criar
testes e a preparar apresentações poderá dedicar mais tempo a interagir com os
alunos e a preparar as aulas», realça Hugo Gonçalo Oliveira, esclarecendo que,
«desde o início, era intenção da equipa que a plataforma fosse usada para
acelerar a produção de conteúdos, mas também que os seus resultados fossem
sempre validados por humanos», conclui.
A
plataforma estará disponível para o público em geral, mas a sua utilização terá
um custo associado. Os clientes da Mindflow – Desenvolvimento Pessoal e
Organizacional Lda., empresa proponente do projeto, contratam normalmente um
serviço que inclui a "gamificação" dos seus conteúdos. Assim, ao
contratar esse serviço, os clientes ficam com acesso à plataforma em que o
SmartEDU está a ser integrado. No entanto, muitas vezes, é a própria empresa a
usar a plataforma de maneira a desenvolver jogos e, a partir de agora, também
os slides, de acordo com o pedido do cliente.
O
SmartEDU, projeto financiado com quase meio milhão de euros pela Agência
Nacional de Inovação (ANI) através dos programas CENTRO 2020 e P2020, foi
desenvolvido em copromoção com a empresa Mindflow, a UC e o Instituto Pedro
Nunes (IPN). Universidade de Coimbra - Portugal
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