Cerca de 5 mil técnicos já foram preparados no sistema nacional de estatística. A agência espera que o censo populacional de 2027 seja feito com base no sistema eletrónico de recolha de dados
Em
Moçambique, a comunidade académica, economistas, jornalistas e demais
pesquisadores já podem fazer o uso de dados estatísticos compilados com a nova
tecnologia, em parceria com as Nações Unidas.
Especialistas
utilizaram dados do último censo da população, realizado em 2017, para fazer os
estudos temáticos. O resultado do trabalho foi divulgado no início desta semana
em Maputo, capital do país.
Dados estatísticos
O
lançamento dos estudos temáticos do quarto recenseamento geral da população e
habitação, resulta da cooperação entre o governo de Moçambique e os governos do
Canadá, Suécia, Reino Unido, Itália e Noruega e é implementado pelo Fundo das
Nações Unidas para a População, UNFPA.
Para
Walter Mendonça Filho, representante interino do UNFPA, os dados também podem
ser aproveitados nos processos de planificação, defesa de causas, tomada de
decisões e concepção de políticas públicas.
“Isto
é de extrema importância no momento em que o país se empenha em cumprir os seus
compromissos internacionais e nacionais, incluindo a Agenda 2030 dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável, e o programa de ação da conferência
internacional sobre a população e desenvolvimento, inseridos na Estratégia
Nacional de Desenvolvimento (2015-2035).”
O
chefe interino da agência, destacou ainda importância dos estudos, dando como
exemplo o uso dos dados do censo de 2017 que permitiram desenvolver políticas e
estratégias do governo e dar respostas humanitárias aos desastres naturais.
“Investimentos
na igualdade de género, na promoção dos direitos à autonomia corporal e a
escolha, na redução da violência com base no género e na capacitação das
mulheres e raparigas, através da educação e do acesso universal a
contraceptivos modernos e a redução das uniões prematuras, ajudarão mais de
metade da população, as mulheres, a atingir o seu potencial pleno, as suas
aspirações e a traçar o caminho da sua própria vida.”
Parceria e cooperação
Já
Luísa Fumo, chefe adjunta de cooperação na Embaixada da Suécia, falando em
representação dos doadores, elogiou a iniciativa. Ela disse que a cooperação
visa tornar os dados estatísticos acessíveis para todos com vista a contribuir
para melhoria da planificação. Ela citou ainda os progressos da cooperação.
“A
divulgação dos resultados do Censo em forma de atlas demográfico e mapas
georreferenciados; a Revitalização e reforço da função estatística do INE; Formação
de cerca de 5 mil funcionários do Sistema nacional de estatística em várias
matérias técnicas; realização do inquérito demográfico e de saúde e 17 estudos
temáticos baseados nos resultados do censo de 2017.”
O
UNFPA compromete-se a apoiar o governo moçambicano e os seus parceiros a
alavancar de forma coletiva o poder dos dados e das tecnologias. O objetivo é
impulsionar a mudança através de políticas e programas baseados em evidências,
assim como o alcance dos objetivos que são parte dos compromissos nacionais e
internacionais.
Desafios TIC
“Reconhecendo
ainda este potencial, esperamos que para o censo da população e habitação de
2027, seja utilizado um Sistema eletrónico de recolha de dados, para melhorar a
qualidade, eficiência e eficácia do processo, permitindo uma disseminação
rápida dos resultados e uma qualidade incontestável da informação.”
Os
Estudos Temáticos elaborados com base nos dados do Censo 2017 oferecem uma
riqueza de conhecimentos sobre os principais tópicos sociais e económicos,
analisam as disparidades e desigualdades geográficas e sociais e acompanham o
progresso das realizações dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, no
país. Ouri Pota – Moçambique ONU News
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