Foi apresentado ontem o “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2023”. Este, que é considerado pela organização um “mega-evento cultural e artístico internacional”, vai reunir obras de mais de 200 artistas em 30 exposições. Nesta edição, o tema é “A Estatística da Fortuna”, tendo como foco o encontro entre a ciência e a religião. A exposição principal da “Arte Macau 2023” será inaugurada a 28 de Julho e a bienal prolonga-se até Outubro
Está
de volta o “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2023”. Este
“mega-evento cultural” vai trazer a Macau mais de duas centenas de artistas que
vão expor as suas obras em 30 exposições. A exposição principal do Arte Macau
2023, patente no Museu de Arte de Macau, será inaugurada a 28 de Julho e a
bienal prolonga-se até Outubro.
As
“obras-primas modernas e contemporâneas” dos mais de 200 artistas –
provenientes de mais de 20 países e regiões – vão ser apresentadas em vários
espaços por toda a cidade, “permitindo que os visitantes experienciem a
amplitude e a profundidade da arte e, ao mesmo tempo, empreendam uma grande
viagem estética, elevando a um novo patamar a atmosfera cultural e artística de
Macau enquanto cidade Património Mundial”, assinala o Instituto Cultural (IC).
A
iniciativa terá um custo de 12 milhões de patacas para o Governo, segundo
indicou Leon Wai Man, presidente do IC, na conferência de imprensa de ontem. A
bienal conta também com investimento das seis concessionárias de jogo.
“A Estatística da Fortuna”
O
tema desta edição do Arte Macau é “A Estatística da Fortuna”, um conceito
pensado por Qiu Zhijie, artista e vice-director da Academia Central de
Belas-Artes, que volta a ser o curador principal do evento. A relação entre a
ciência e a religião está na base do tema.
“Qiu
acredita que a investigação científica é sempre indissociável das actividades
religiosas, e que tanto a história da ciência envolve uma série de elementos
misteriosos como as actividades religiosas acabam frequentemente por revelar um
certo empirismo. Por isso, esta edição do evento irá realçar especialmente as
obras de arte que exploram as tradições religiosas a partir de novos pontos de
vista e que examinam a história da ciência a partir de perspectivas culturais
profundas”, explica o IC.
Qiu
Zhijie irá também apresentar três palestras temáticas, apresentando o
raciocínio subjacente ao processo de curadoria e trocar ideias sobre as últimas
tendências do meio artístico internacional.
Vila Nova de Cerveira em Destaque
Nesta
edição, o Arte Macau apresenta pavilhões de quatro localidades de diferentes
pontos do globo, entre as quais Vila Nova de Cerveira, que é apresentado pelo
Consulado-Geral de Portugal em Macau.
A
exposição “Pavilhão de Vila Nova de Cerveira: A Metafísica da Sorte e a Ciência
do Azar”, que estará patente no Antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino, é
comissariada pela Fundação Bienal de Arte de Cerveira. O pavilhão exibirá uma
selecção de 27 obras para mostrar as suas diferentes visões do mundo e
reflectir as consonâncias e contradições entre as tradições religiosas,
superstições e ciências.
Haverá
também um pavilhão dedicado a Quioto, no Japão. O “Pavilhão de Quioto: Ritmos
Sinérgicos”, que estará na Galeria Tap Seac, irá expor obras de pintura da
autoria do artista Yujiro Ueno que procuram explorar o poder intrínseco das
criaturas vivas, em combinação com obras de arte criadas pela empresa de
multimédia 1→10, criadas com base em tecnologia digital.
Shenzhen
também terá um pavilhão. O “Pavilhão de Shenzhen: Arca do Destino: Robôs e
Humanos e Cidades”, patente no Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas
Navais N.º 1, apresentará obras da autoria de artistas do interior da China,
incluindo Shen Shaomin e Wang Peisheng, combinando a criação artística e a
tecnologia para reflectir sobre as relações entre os robôs, os humanos e a
cidade.
Por
fim, a cidade de Londres, no Reino Unido. O “Pavilhão de Londres: Catedrais do
Século XXI”, patente nas Casas da Taipa, irá apresentar obras multimédia da
autoria de vários artistas do Reino Unido. Em torno do tema da paisagem urbana
de Londres, as obras exploram o ambiente urbano da cidade e a sua relação com o
património cultural, as tradições, a tecnologia, o simbolismo e a fé.
Os
pavilhões serão abertos sucessivamente a partir do dia 1 de Agosto, a fim de
dar a conhecer ao público a diversidade cultural e criatividade artística
destas cidades.
Espaço para os artistas locais
Uma
das secções da bienal chama-se “Exposição de Artistas Locais por Convite”, onde
serão apresentadas obras de Konstantin Bessmertny, Ung Vai Meng, Lampo Leong,
Chan Hin Io, Bunny Lai Suet Weng e Eric Fok.
“Através
da combinação de técnicas, que vão da pintura a tinta ao vídeo, algumas das
obras centram-se na forma como a ciência e a religião trabalharam em conjunto
para construir a civilização actual; outras revelam o comércio próspero entre a
China e o Ocidente, outras ainda centram-se nas aspirações humanas. Alguns
questionam os riscos do desenvolvimento tecnológico provocados pelo excesso de
confiança na racionalidade atual, outros exploram a complexidade das estruturas
ecológicas urbanas e outros ainda reflectem sobre as questões das alterações
climáticas”, descreve o IC. A exposição destes seis artistas locais decorre no
espaço Art Space, no NAPE, entre os dias 28 de Julho e 29 de Outubro.
Versalhes, Mr. Doodle e Hsiao Chin
No
âmbito da secção Exposição Especial “Primeira exposição de arte imersiva
BE@RBRICK a nível mundial”, organizada pelo Galaxy Entertainment Group, uma
dúzia de artistas e designers locais e internacionais, liderados pelo artista
japonês Tatsuhiko “Ryu” Akashi, apresentarão uma exposição da BE@RBRICK em grande
escala.
Nesta
secção será também apresentada a “Primeira Exposição do Mr. Doodle em Macau”,
organizada pela Melco Resorts & Entertainment Limited. O artista estará na
cidade em Setembro para uma sessão de improvisação e para a estreia mundial de
várias das suas obras.
“Até
ao Infinito e mais Além: A arte de Hsiao Chin” é o nome da exposição
apresentada pelo MGM, no Teatro MGM. Será uma “exposição imersiva que combina
arte, tecnologia e entretenimento, exibindo obras-primas do grande artista
abstracto do período pós-guerra, Hsiao Chin“, descreve o IC, acrescentando:
“Evidenciando um estilo evocativo da filosofia zen do artista, a exposição
explora a relação entre a Humanidade e o Universo através de uma experiência
multimédia multifacetada, entrelaçada com arte e tecnologia, tradição e
inovação, prometendo uma viagem onírica e artística que nos levará para o
cosmos ideológico do artista moderno e pioneiro da China, Hsiao Chin,
celebrando a sua vida artística e dando continuidade a uma vida artística infinita“.
A
Sands China Ltd., apresentará, pela primeira vez, obras de arte em grande
escala criadas por Jason Naylor e Philip Colbert, dois artistas internacionais
da indústria da moda, que se inspiraram na figura do Rato Mickey, em
comemoração do centenário da Disney, bem como muitas das suas obras icónicas,
regalando o público com um colorido paraíso artístico.
Já
a SJM representará o Palácio de Versalhes desde o século XVII até aos nossos
dias, através de tecnologia virtual avançada, oferecendo ao público uma visão
da grandeza de Versalhes e uma experiência interactiva totalmente nova
proporcionada pela tecnologia.
No
Wynn será apresentado “O Contorno da Luz: Um Re-encontro com Leonardo da
Vinci”, que levará o público a um espaço imersivo que oferece uma experiência
de visão 360 das obras-primas de Leonardo da Vinci. Por meio de uma variedade
de vídeos, músicas e sons, a exposição proporciona aos espectadores uma imagem
abrangente e aprofundada das grandes obras do artista, que combinam na
perfeição a sua imaginação artística e a sua mente científica.
Presidente do IC aponta antecipa “atmosfera cultural
imersiva” em toda a cidade
No
discurso de apresentação desta edição do Arte Macau, Leong Wai Man, presidente
do IC, afirmou que as dezenas de exposições que farão parte da iniciativa vão
dar a Macau “uma bela imagem urbana carregada de uma atmosfera cultural
imersiva em toda a cidade, como uma galeria e um jardim de arte”.
“As
principais características da Arte Macau são a fusão de domínios culturais
diversificados, a ligação com o desenvolvimento artístico internacional e o
cultivo de forças criativas locais, através da integração de recursos de todos
os sectores da sociedade, com o objectivo de apresentar plenamente uma Bienal
Internacional de Arte dotada simultaneamente de profundidade histórica e
cultural e de amplitude humanística contemporânea”, salientou a responsável do
IC. André Vinagre – Macau in “Ponto final”
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