Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Moçambique - Espólio de Rui de Noronha doado à Biblioteca Municipal de Maputo

Os herdeiros do poeta e nacionalista Rui de Noronha – a sua filha, Elsa de Noronha, e seus netos, André de Noronha e Magda de Noronha – vão doar o espólio do poeta à Biblioteca Municipal Central de Maputo, uma oferta que será formalizada sexta-feira, com a entrega de um primeiro lote de documentos, entre os quais se contam os apontamentos e notas, revistas, jornais, poemas, correspondências, crónicas, cadernos e álbuns de música, que futuramente serão disponibilizados “online”.


O espólio do poeta Rui de Noronha vai ser doado no dia 28 à Biblioteca Municipal Central de Maputo, cumprindo-se uma vontade da família, revelou à coordenação da Feira do Livro de Maputo.

A coordenação da Feira do Livro de Maputo refere que esta será uma doação “sem contrapartidas”, ficando a Biblioteca Municipal Central de Maputo responsável pelo “tratamento, gestão, conservação e disponibilização do espólio literário para leitores, pesquisadores e munícipes”.

“Rui de Noronha possuiu, em alto grau, o desejo de perfeição formal, uma verdadeira consciência de artista e do seu ofício o que, aliado ao pendor esteticista, pode explicar algumas alterações que têm sido contestadas como autênticas traições aos originais”, afirmou Fátima Mendonça, professora de literatura moçambicana, pesquisadora e organizadora da obra completa de Rui de Noronha reunida em Os meus versos, publicada pela Textos Editores, 2006.

A sessão formal de doação acontece no dia 28, com as presenças do Presidente do Conselho Municipal de Maputo, Eneas Comiche, membros do Governo, corpo diplomático acreditado em Moçambique e a representante da família, Magda de Noronha, no ano em que se comemoram os 80 anos da morte do poeta Rui de Noronha.

“Ao examinar pela primeira vez o espólio, que me foi facultado em 1987 por Elsa Noronha, pude verificar a existência das alterações manuscritas, atribuídas ao Dr. Reis Costa, sobre os dactiloescritos, tendo grande parte dos sonetos ficado praticamente ilegível. À margem, e com a mesma caligrafia apareciam por vezes anotações do tipo Bom ou Fraco que confirmam o espírito classificativo que animaria o seleccionador e prefaciador dos poemas…”, sublinha a crítica literária Fátima Mendonça. In “O País” - Moçambique


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