O artista Alexandre Farto, conhecido por Vhils, está a criar um mural na sede da UNESCO, em Paris, que será inaugurado na próxima quarta-feira, 12 de julho, anunciou a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
A
obra de Vhils, com o título “Substratum – Scratching the Surface Project”, é
“uma criação monumental”, com 31 metros de comprimento, que homenageia a
política britânica Ellen Wilkinson (1891-1947), defensora dos direitos da
mulher e ministra da Educação do Governo Trabalhista de Clement Attlee, após a
II Guerra Mundial, que presidiu a conferência inaugural da UNESCO, em Londres,
em 1946.
O
trabalho da organização “para proteger o património mundial da Humanidade” e “a
notável diversidade” desse património, “através da representação de onze locais
em vários continentes”, está também em foco no mural, acrescenta o comunicado
divulgado pela UNESCO.
“Esta
soberba criação de Vhils reflete a missão da UNESCO de celebrar os artistas
contemporâneos e proporcionar uma plataforma onde a sua criatividade possa ser
plenamente expressa”, afirma a diretora-geral da organização, Audrey Azoulay,
citada pelo comunicado, sobre a obra do artista português.
Encomendada
de propósito para a sede da UNESCO, “graças à generosidade de Portugal”,
“Substratum – Scratching the Surface Project”, segundo a organização, tem vindo
a ser “pacientemente esculpida com cinzéis e um martelo perfurador em miniatura
desde o início de maio”.
A
sede da UNESCO em Paris alberga mais de mil obras de arte, contando com peças
de artistas como Pablo Picasso, Alexander Calder, Sonia Delaunay, Dani Karavan,
Isamu Noguchi e Roberto Matta.
Alexandre
Farto, conhecido por Vhils, “desenvolveu uma linguagem visual única baseada na
remoção de camadas superficiais das paredes, utilizando ferramentas e técnicas
não convencionais”, escreve a UNESCO sobre o artista português.
Vhils
“começou a interagir com o ambiente urbano através do `graffiti` no início dos
anos 2000. Destruindo para criar, ele esculpe declarações visuais poderosas e
poéticas nos materiais que a cidade descartou, humanizando áreas dilapidadas ao
criar retratos pungentes e em grande escala. Aborda temas como o impacto da
urbanização e do desenvolvimento em massa sobre as paisagens e as identidades.
Desde 2005, o seu trabalho tem sido apresentado em todo o mundo em grandes
exposições e eventos”, lê-se no comunicado da UNESCO.
Vhils,
nas suas páginas nas redes sociais, afirma que “é uma verdadeira honra” estar a
criar “uma intervenção tão especial, que na sua essência celebra a interligação
da história humana, a diversidade cultural e a preservação do nosso
património”.
O
artista agradece à UNESCO, à UNESCO Portugal e à sua equipa “a oportunidade
incrível” de o ajudarem “a dar forma [à sua] visão”.
A
inauguração do mural está marcada para quarta-feira, 12 de julho, às 19:00 de
Paris (menos uma hora em Lisboa), numa sessão que a UNESCO prevê contar com a
presença do artista, da diretora-geral Audrey Azoulay e do primeiro-ministro
português, António Costa. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo
Sem comentários:
Enviar um comentário