Depois de dois espectáculos no Centro Cultural de Macau (CCM), Miguel de Senna Fernandes mostrou-se satisfeito pelo ‘feedback’ do público. Ao Ponto Final, o encenador comentou que o Grande Auditório só não encheu para ver a “Lorcha di Amor” dos Dóci Papiaçám di Macau devido às restrições pandémicas
Na
noite de sábado e tarde de domingo levantou âncora a “Lorcha di Amor” dos Dóci
Papiaçám di Macau. O espectáculo deste ano brinca com a vontade de sair de
Macau num período pós-pandemia. O caminho até Hainão é feito de contratempos,
percalços, histórias de amor, referências à actualidade de Macau e humor.
Miguel
de Senna Fernandes, homem do leme dos Dóci Papiaçám di Macau, faz uma avaliação
positiva dos dois espectáculos, apesar de, segundo ele, nunca haver
expectativas. “É esse mesmo o espírito de não saber como é que vai correr que
dá animação”, disse ao Ponto FinaL. “Toda a gente estava muito entusiasmada
para fazer um grande espectáculo e foi muito bom”, descreveu.
Só
não houve casa cheia devido às restrições pandémicas, sendo que apenas metade
dos lugares estavam disponíveis. Mais de 90% dos lugares disponíveis estavam
cheios para cada um dos dois espectáculos. “Em termos estatísticos acho que foi
um número muito bom”, comentou o encenador.
“As
pessoas perceberam bem o espectáculo e a mensagem do espectáculo”, apontou o
encenador do grupo, assinalando que “em tempos de pandemia, precisamos de
humor”. O espectáculo, de duas horas e meia, foi interpretado em patuá e língua
chinesa, com legendas em chinês, português e inglês. “Lorcha di Amor” foi
apresentado no Grande Auditório do Centro Cultural inserido no 32.º aniversário
do Festival de Artes de Macau.
No
espectáculo de domingo, estiveram presentes, por exemplo, Elsie Ao Ieong,
secretária para os Assuntos Sociais e Cultura; Leong Wai Man, presidente do
Instituto Cultural (IC); Fu Ziying, director do Gabinete de Ligação do Governo
Central em Macau; e Liu Xianfa, Comissário do Ministério dos Negócios
Estrangeiros da China na RAEM. No final do espectáculo, Leong Wai Man foi ter
com Miguel de Senna Fernandes para deixar elogios à peça deste ano, contou o
encenador.
Foram
mais de 80 pessoas a trabalhar no espectáculo deste ano e, segundo Miguel de
Senna Fernandes, a cada ano que passa há mais interessados em participar na
peça. “É um grande trabalho de logística. É muito complexo fazer uma produção
dos Dóci para o Festival de Artes”, notou.
Este
ano, os Dóci Papiaçám di Macau estão a celebrar o 29.º aniversário. Para já,
indicou o dramaturgo, ainda não há nenhuma ideia concreta para comemorar os 30
anos do grupo no espectáculo do próximo ano. No entanto, Miguel de Senna
Fernandes mantém a possibilidade de fazer um musical: “Para o próximo ano não
desisto da ideia de fazer um musical. Mas vai ser complicado”. André Vinagre
– Macau in “Ponto Final”
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