Das 38 escolas criadas por decreto desde 2018, no município de Quimbele, na província do Uíge, quantas têm telhado, paredes, carteiras? A julgar pelas informações que chegaram ao Novo Jornal, poucas ou nenhumas
O
Governo criou administrativamente no município de Quimbele, no Uíge, 38 novas
escolas, mas, a julgar pelas fotografias e informações que chegaram ao Novo
Jornal, apesar de no papel tudo estar perfeito, no terreno a situação é bem
diferente.
No
colégio Kimefoto, até há um mês mais de 600 crianças da escola do primeiro ciclo
do ensino secundário estudavam debaixo de árvores, algumas delas, entretanto
destruídas pelas chuvas de Abril, o que levou à interrupção das aulas. Como
solução, a Direcção da Educação do município do Quimbele construiu três
barracas que agora vão passar a servir de novas salas de aulas.
O
colégio Kimefoto, no município de Quimbele, província do Uíge, é um dos que
foram criados administrativamente em 2018, no dia 1 de Outubro, através de um
decreto executivo conjunto assinado pelo ministro da Administração do
Território e Reforma do Estado, Adão de Almeida, e pela então ministra da
Educação, Maria Cândida Teixeira.
No
decreto 384/18, Adão de Almeida e Maria Cândida Teixeira instituíam no
município de Quimbele, a par do Kimefoto, os colégios de Icoca, Wamba, Marimba,
D. António, Kuange, Kibocolo, Cassanda e Kipassa.
Estavam
previstas, no papel, sete salas de aulas, com capacidade para 504 alunos
divididos por 14 turmas, a funcionar em dois turnos, e a frequentar a 7ª, 8ª e
9ª classes do I Ciclo do Ensino Secundário.
O
quadro de pessoal prevê um director, um subdirector pedagógico, um subdirector
administrativo, além de um coordenador de educação física e desporto escolar,
um coordenador de círculos de interesse e extra-escolar, um coordenador
psico-pedagógico, 12 coordenadores de disciplina e um chefe de secretaria.
Estão ainda previstos no quadro de pessoal, aprovado pelo decreto 384/18, 14
professores do II Ciclo do Ensino Secundário e 16 professores do I Ciclo do
Secundário, além de 11 administrativos e seis operários.
A
ter em conta o Diário da República de 1 de Outubro de 2018, foram criadas mais
10 escolas. No total, e no papel, são 153 novas salas de aulas a "nascer",
só nesse dia.
Mas
o Governo não se ficou por aqui. No mesmo mês, mas no dia 10 ,foi criado
administrativamente o colégio de Kimbele Bairro, com 12 salas.
A
seguir, no dia 12, Adão de Almeida e Cândida Teixeira criaram as escolas
primárias de Kilembiquisse, Mbanza Kisse, Kimembo, Kipano, Kipembe, Kimuamba,
Kipolo, Kinguiambundi e 927 de Kimidi, com sete salas de aulas, assim como a
escola primária 701 de Marimba, com dez.
Três
dias depois, a 15 de Outubro, foram instituídas mais oito escolas no mesmo
município. Uma delas, a 195, com 18 salas de aulas. As restantes, com um total
de 65 salas.
Três
anos se passaram e entretanto a ministra da Educação mudou. Em Outubro, mas de
2021, Maria Luísa Grilo, cria, administrativamente, através do decreto
executivo 536/21, a Escola do II Ciclo do Ensino secundário Geral, denominada
Liceu de Icoca, com capacidade para 864 alunos em regime de externato.
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