Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Brasil - Projeto da ONU procura preservar a floresta amazónica no Maranhão

O estado brasileiro com maiores índices de pobreza e insegurança alimentar recebe investimento para dar apoio a comunidades tradicionais e pequenos produtores. O projeto deve cobrir aproximadamente 72% da floresta amazónica do estado sob ameaça de desmatamento e degradação


O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU, IFAD, e o Governo do Maranhão, no nordeste do Brasil, assinaram um acordo de financiamento para a implementação do Projeto de Gestão Sustentável da Amazónia.

Segundo o IFAD, o projeto abordará a degradação ambiental arraigada da floresta amazónica no estado brasileiro com os maiores índices de pobreza e insegurança alimentar.

Comunidades e pequenos agricultores

O diretor do IFAD no Brasil, Claus Reiner, afirma que no Maranhão, assim como em outras partes do Brasil, pobreza, insegurança alimentar e degradação ambiental estão profundamente interligadas.

Ele explica que a iniciativa procura fornecer aos pequenos agricultores e comunidades tradicionais ferramentas que permitam melhorar a sua situação socioeconómica sem ter que recorrer ao esgotamento dos seus recursos naturais.

Para o representante do IFAD, desenvolvimento e bem-estar a longo prazo só são possíveis por meio do uso sustentável da natureza.

Agricultores familiares, povos indígenas e outras comunidades tradicionais da floresta amazónica maranhense estão entre as populações mais pobres do Brasil.

Segundo dados divulgados pelo fundo, o estado do Maranhão tem a maior proporção de pessoas vivendo na pobreza no Brasil, chegando a 53%. Outros 20% estão em extrema pobreza.

Além disso, é o estado com o índice de insegurança alimentar mais crítico, afetando cerca de 60% dos domicílios.

Semiárido nordestino

O projeto será a primeira intervenção de desenvolvimento rural financiada pelo IFAD no Brasil que vai além do semiárido nordestino, conhecido como sertão.

No entanto, basear-se-á na experiência do fundo em agroflorestas de pequena escala e investimentos em infraestrutura de acesso à água nessa área.

A área do projeto compreende três regiões do Estado do Maranhão: Amazonas, Gurupí e Pindaré, e abrange as terras indígenas de Arariboia, chegando a 58755 km² e incluindo 37 municípios.

O alcance do projeto deve cobrir aproximadamente 72% da floresta amazónica do estado que, de acordo com o IFAD, é uma região que está sob constante ameaça de desmatamento e degradação por extração ilegal de madeira e exploração para agricultura em grande escala.

Como resultado, a iniciativa deve reduzir as emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 6 milhões de toneladas de CO2.

Financiamento

O custo total do projeto é de US$ 37 milhões, dos quais o IFAD contribuirá com uma doação de US$ 17 milhões, fornecida pelo Governo da Alemanha por meio do Programa de Adaptação Aprimorada para Agricultura de Pequenos Produtores.

O Governo do Maranhão contribuirá com R$ 16 milhões, e os beneficiários farão contribuições em espécie de R$ 4 milhões.

O projeto tem como alvo as populações mais pobres e vulneráveis da Amazónia brasileira e deve beneficiar aproximadamente 80 mil pessoas em zonas rurais, das quais pelo menos 50% são mulheres e 25% são jovens.

Quase 15% pertencem a comunidades indígenas e outras comunidades tradicionais, como quilombolas e catadores de coco babaçu.

O IFAD explica que o projeto aplicará uma estratégia integrada que engloba quatro elementos: manejo florestal sustentável, produção e comercialização de produtos florestais não-madeireiros, investir em infraestrutura básica de água e melhorar as capacidades das famílias e das autoridades estaduais em garantir o acesso das populações rurais à proteção social pública e aos programas de melhoria da produção. ONU News – Nações Unidas


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