Lisboa
– A Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP)
acusou Portugal de não estar a dar um tratamento recíproco aos cidadãos
lusófonos que procuram vistos, e defendeu que é preciso fazer mais pela
mobilidade.
“Existe
ainda muito trabalho a ser feito a nível dos governos para que a implementação
[da mobilidade] seja efectiva”, lê-se num comunicado enviado à Lusa no
seguimento da reunião de direcção e assembleia-geral desta entidade, no qual se
afirma que Portugal, em particular, deve acelerar os esforços.
“Os
empresários apesar de reconhecerem as especificidades regionais no que toca a
legislação para entrada de cidadãos estrangeiros nos seus países, sustentam que
por exemplo, a entrada dos cidadãos dos países da CPLP nos Países Africanos de
Língua Oficial Portuguesa (PALOP) encontra maior facilidade comparativamente a
entrada dos cidadãos dos PALOP em países como Portugal por exemplo, não havendo
por isso a reciprocidade desejada”, lê-se no comunicado de imprensa.
Os
empresários do mundo lusófono reconhecem o esforço dos governantes, mas alertam
que “têm vindo a enfrentar sérias dificuldades no que concerne a obtenção de
vistos de entrada para a República de Portugal em particular, vendo assim
frustradas as suas intenções de interagir e fazer negócios com este país da
CPLP”, escreve-se no comunicado.
Na
reunião do dia 13, que elegeu Jorge Pais como secretário-geral interino da
organização que representa os empresários lusófonos, a CE-CPLP alertou que
“apesar do avanço dado aquando da assinatura do acordo de Mobilidade pelos
governos da CPLP em Julho de 2021 na cimeira dos chefes de Estado e de Governo
da CPLP em Luanda com vista ao seu início em Janeiro de 2022, a implementação
continua a deixar a desejar, não satisfazendo os intentos dos empresários da
CPLP e em particular dos PALOP”.
O
acordo define que a mobilidade na CPLP abrange os titulares de passaportes
diplomáticos, oficiais, especiais e de serviço e os passaportes ordinários.
A
questão da facilitação da circulação tem vindo a ser debatida na CPLP há cerca
de duas décadas, mas teve um maior impulso com uma proposta mais concreta
apresentada por Portugal na cimeira de Brasília, em 2016, e tornou-se a
prioridade da presidência rotativa de Cabo Verde, de 2018 a 2021.
O
acordo de mobilidade já foi ratificado por Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Portugal, Moçambique, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe. O processo está por
concluir em Angola – onde já foi aprovado pelo parlamento -, e Guiné
Equatorial.
Para
além do tema da mobilidade, a CE-CPLP anunciou também que preencheu as vagas do
Brasil e da Guiné Equatorial, com a entrada da FUNCEX e do Consórcio de
Empresas da Guiné Equatorial, respectivamente.
Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP. In “Inforpress”
– Cabo Verde com “Lusa”
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