O
Museu da Imigração – instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
do Governo do Estado de São Paulo – promoveu no sábado, como parte da segunda
edição do Programa de Residência Artística, o lançamento da exposição “Rostos
invisíveis da imigração no Brasil”, do artista angolano Paulo Chavonga.
A
iniciativa, idealizada em 2019, tem o propósito de estimular a produção
cultural, compreendendo que a arte pode ser uma expressão privilegiada para
tornar sensíveis conceitos importantes para o entendimento das migrações. Dessa
forma, por meio de editais, artistas individuais ou coletivos de artistas
migrantes e refugiados são convidados a realizarem uma imersão nas atividades e
rotinas do MI, objetivando o desenvolvimento de um projeto de artes visuais de
diversas linguagens.
Em
2021, a proposta resultou na seleção do artista angolano Paulo Chavonga que,
desde julho, esteve presente nos ambientes do complexo da antiga Hospedaria do
Brás. Durante o período, o profissional conheceu o trabalho realizado por todas
as equipes e, na sequência, iniciou a criação de três grandes telas. As obras,
que compõem a mostra, estarão em cartaz no Museu até dezembro.
“O
Programa de Residência Artística visa aproximar os artistas migrantes do Museu
e, mais ainda, proporcionar aos visitantes diferentes análises e reflexões.
Assim, o tema apresentado na edição, As migrações e os tijolos do racismo
estrutural no Brasil, converge com essa finalidade, sendo primordial para
seguirmos com os debates envolvendo o racismo e a história da Hospedaria. Por conta
disso, inclusive, foram priorizadas as candidaturas de negros e/ou indígenas”,
comenta a diretora executiva da instituição, Alessandra Almeida.
Após
a inauguração, o público presencial e virtual pode acompanhar um bate-papo
entre Chavonga e a profissional selecionada em 2019 e, também, membro da
Comissão Curatorial do projeto neste ano, Emilia Estrada, pelas redes sociais
do museu.
“Por
meio dos retratos gigantes, com depoimentos, protagonizados por imigrantes
africanos vendedores das ruas de São Paulo, fricciono a dureza desse serviço
com os sonhos que eles tinham e têm no Brasil. Ao mesmo tempo, demonstro como o
racismo estrutural é um fator determinante no território do trabalho árduo, às
vezes, semelhante à escravidão na qual essas pessoas se encontram. Com isso,
quero trazer novos rostos e histórias para dentro do Museu. Rostos e histórias
que não podem mais ser invisíveis. Um ato de coragem e desejo de diálogo para
que nasça, talvez, um novo olhar sobre a gente africana no Brasil”, explica
Chavonga. In “Mundo Lusíada” - Brasil
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