A
Agência da ONU para Refugiados, Acnur, informou que está a acompanhar novos
relatos sobre o regresso forçado de famílias moçambicanas pelas autoridades da
Tanzânia, na fronteira norte de Moçambique.
Os
moçambicanos estão a fugir da violência do conflito na província de Cabo
Delgado, entre tropas do governo e extremistas islâmicos.
Grupos armados
Pelo
menos 62 mil moçambicanos foram forçados a abandonar a vila costeira de Palma
após os ataques de grupos armados, em 24 de março.
O
Acnur pediu aos países vizinhos que respeitem o acesso ao asilo das pessoas que
tentam salvar as suas vidas.
Segundo
a agência da ONU, várias famílias estão escapando da insegurança somente com a
roupa do corpo. Muitas pessoas estão a perder-se das próprias famílias. Os
maiores movimentos ocorrem nos distritos de Mueda, Nangade, Montepuez e Pemba
por vias terrestre, aérea e marítima.
Antes
do ataque dos terroristas a Palma, já havia cerca de 700 mil deslocados
incluindo as áreas de Nampula, Niassa, Sofala e Zambézia. A situação
humanitária foi agravada.
Somente
em maio, quase 3,8 mil moçambicanos que seguiam para a Tanzânia tiveram que
retornar na fronteira em Negomano.
Assistência
A
agência da ONU ouviu 68 pessoas em Negomano entre elas sobreviventes de
violência de género, idosos e grávidas. Uma mulher deu à luz durante a
devolução forçada para Moçambique, sem qualquer apoio médico.
Na
sede de Mueda, dezenas de moçambicanos confirmaram a expulsão sistemática e
recorrente.
Eles
mencionaram ter preocupações com a proteção, a separação de famílias e a falta
de assistência humanitária já antes observadas.
A
maioria fugiu para a Tanzânia temendo a violência nos distritos do norte de
Cabo Delgado, particularmente Palma e Muidumbe.
O
grupo confirmou que é comum ocorrer sequestros de membros da comunidade nas
suas áreas de origem. ONU News – Nações Unidas
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