Na maioria, foram convidados por conchavos e pelo contato do principal mandatário com a caserna. A rigor, esses pretensos ministros, se tivessem autocrítica e realmente estivessem preocupados com o desenvolvimento do País, jamais aceitariam a responsabilidade de administrar aquilo que efetivamente não conhecem
São
Paulo - Como quarta economia do mundo, o Brasil não depende – e ainda bem – do
governo central para dar andamento a sua economia, mas que suas ações podem
atrapalhar não há dúvida. E, infelizmente, é o que vem ocorrendo com
frequência. Com exceção dos ministérios da Fazenda e da Agricultura e do Banco
Central, administrados por titulares de alto nível técnico e formação acadêmica
invejável, os demais órgãos, com raras exceções, são conduzidos por
profissionais que estão longe de serem os mais bem preparados.
Na
maioria, foram convidados por conchavos e pelo contato do principal mandatário
com a caserna. A rigor, esses pretensos ministros, se tivessem autocrítica e
realmente estivessem preocupados com o desenvolvimento do País, jamais
aceitariam a responsabilidade de administrar aquilo que efetivamente não
conhecem. Na verdade, mostram-se tão despreparados para a função que é possível
imaginar que tenham sido convidados para encobrir mais a falta de talento
administrativo e político do presidente da República do que por outra razão
mais nobre. Seja como for, o que se lamenta é que a soberba impeça que se deem
conta do quanto sua incompetência vem prejudicando o País.
Em
que pesem trapalhadas governamentais e atitudes do presidente que fogem à luz
da razão, o empresariado nacional tem sabido como se portar, assimilando as
informações e os movimentos econômicos e administrativos do governo que são
dignos de serem levados em conta. E assim o País, apesar dos sobressaltos
causados pela pandemia de coronavírus (covid-19), segue firme em busca da
retomada da produção e da normalidade econômica para fazer frente a um mercado
consumidor que deve chegar em 2030 como o quinto maior do mundo, com um
potencial previsto de US$ 2,5 trilhões, segundo estudo da Fundação Getúlio
Vargas (FGV).
Basta
ver que, mesmo em meio à pandemia, em 2020, no acumulado do ano, a balança
comercial registrou superávit de US$ 50,9 bilhões, com exportações de US$ 209,9
bilhões e importações de US$ 158,9 bilhões, tendo a corrente de comércio
chegado a US$ 368,8 bilhões, segundo dados do Ministério da Economia.
Obviamente,
esses números foram sustentados pelo agronegócio e pela mineração com a
produção que alcançaram, mas não se pode deixar de reconhecer que esses setores
também ajudaram o segmento industrial com a compra de máquinas, tratores e até
aviões para o trabalho de pulverização da lavoura. Enfim, há uma grande gama de
produtos industrializados que são exigidos para o plantio e a colheita de
safras gigantescas.
Isso
significa que, para que a balança continue superavitária, é preciso agregar
cada vez mais valor ao agronegócio. Ou seja, é fundamental que a indústria de
transformação invista em tecnologia e em novos processamentos para que possa
atender ao agronegócio em sua necessidade de escoar ainda mais e aumentar o
número de vendas para o mundo. Além disso, é essencial que o governo federal,
por meio do Ministério da Infraestrutura, continue a investir em obras que
possam facilitar o escoamento da produção, o que inclui o reaparelhamento de
portos e aeroportos.
Por
fim, não se pode deixar de lado a tão decantada reforma tributária que, segundo
o ministro da Economia, Paulo Guedes, haverá de ser ainda aprovada neste ano e
que tem por objetivo ampliar a base de arrecadação para conseguir reduzir
alíquotas de impostos. O que se espera é
que essa reforma venha também a contribuir para o desenvolvimento não só do
comércio exterior como daqueles outros setores que a ele estão ligados. Adelto
Gonçalves – Brasil
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Adelto Gonçalves, jornalista, é assessor de imprensa do Grupo Fiorde,
constituído pelas empresas Fiorde Logística Internacional, FTA Transportes e
Armazéns Gerais e Barter Comércio Internacional (trading company). E-mail:
fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br
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