O deputado apresentou a renúncia em Fevereiro, segundo informa o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal. Era o conselheiro mais antigo de Macau. Gilberto Camacho ocupa a vaga deixada por Pereira Coutinho
O
deputado da Assembleia Legislativa de Macau José Pereira Coutinho renunciou ao
mandato de Conselheiro das Comunidades Portuguesas, avançou ontem a TDM – Rádio
Macau. O pedido de renúncia ocorreu a 2 de Fevereiro passado, de acordo com um
aviso publicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Governo de
Portugal, um dia depois.
Contactado
pelo Ponto Final, José Pereira Coutinho, que era membro do Conselho das
Comunidades Portuguesas desde 2003 e tinha sido eleito para novo mandato em
2015, não quis falar sobre o assunto, argumentando que está “muito concentrado”
nas próximas eleições legislativas que terão lugar em Setembro.
O Ponto
Final sabe que Gilberto Camacho, anteriormente conselheiro-suplente, tem
ocupado o lugar deixado em aberto por Pereira Coutinho nas actividades do
Círculo China, Macau e Hong Kong.
O
nosso jornal contactou Camacho que confirmou ter deixado de ser suplente.
“Sinto-me com responsabilidades acrescidas, mas eu próprio já tinha vindo a
acompanhar o trabalho dos Conselheiros. Antes observava e aprendia, um trabalho
de bastidores bastante importante. É sempre com toda a honra e prazer, claro”,
afirmou.
O
“novo” conselheiro encara a função como um “desafio”. “Mergulhamos na
comunidade, fazemos parte da comunidade, e temos o privilégio de chegar mais
depressa ao Consulado e a Portugal para manifestar todos os problemas da nossa
comunidade. Em sentido inverso, também somos mais expeditos e práticos a ajudar
a comunidade porque estamos mergulhados nela”, concluiu o engenheiro
informático.
A
moldura legal que define o funcionamento do Conselho das Comunidades
Portuguesas refere que a renúncia ao mandato acontece mediante a apresentação
de uma declaração escrita enviada à Secretaria de Estado das Comunidades.
O Ponto
Final já tinha adiantado, no início da semana, que o Gabinete dos Conselheiros
das Comunidades Portuguesas do Círculo da China, Macau e Hong Kong enviou, no
passado dia 31 de Março, uma carta ao Chefe do Executivo em nome de “toda a
comunidade portuguesa residente em Macau” para agradecer o apoio de Ho Iat Seng
ao longo dos anos e também para garantir que tudo fará “para que seja sempre
mantida a imprescindível estabilidade e paz social” no território. Na missiva,
a que o Ponto Final teve acesso, os conselheiros dizem que o Governo pode
contar sempre com o seu “total apoio”.
José
Pereira Coutinho, que também acumula o cargo de presidente da Associação dos
Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), adiantou na altura que não
tinha assinado a missiva, e agora entende-se o porquê: já não era conselheiro
nessa data.
O
Conselho das Comunidades Portuguesas comemorou 40 anos de existência em
Setembro do ano passado. Na altura, José Pereira Coutinho falava num Conselho
“que serve para congregar esforços internacionais”. “Relativamente a Macau, os
conselheiros têm um papel preponderante e fundamental na ligação da comunidade
portuguesa em Macau com Portugal, quer pela via do Consulado Geral de Portugal
em Hong Kong e Macau, quer pela via da embaixada de Portugal em Pequim”, disse.
Nada fazia antever esta renúncia do conselheiro mais antigo de Macau.
O
Conselho das Comunidades Portuguesas do Círculo China, Macau e Hong Kong, é
agora constituído por Rita Santos, Armando de Jesus, Gilberto Camacho e Lídia
Lourenço (conselheira-suplente). Gonçalo Pinheiro – Macau in “Ponto
Final”
goncalolobopinheiro.pontofinal@gmail.com
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