“Retratos de Luso-Asiáticos do Myanmar” é o nome do livro da série que teve início no ano passado com “Retratos de Luso-Asiáticos de Macau”. A versão do Myanmar vai ser lançada na sexta-feira, pelas 18h30, no auditório do Instituto Internacional de Macau (IIM). A obra que engloba uma colecção de fotos com retratos da comunidade luso-descendente no norte do Myanmar tem como autor João Palla Martins, que desenvolveu o projecto editado pelo IIM e patrocinado pelo Instituto Camões
As
várias comunidades luso-descendentes espalhadas pelo mundo têm características
muito próprias, culturalmente e até fisicamente. Na Ásia não é excepção e
existem vários grupos ou comunidades ainda com laços a Portugal, como na
Indonésia, Sri Lanka, Tailândia, Índia, Singapura, Austrália, Timor-Leste e até
o Myanmar.
Na
sexta-feira, por volta das 18h30, no auditório do Instituto Internacional de
Macau, vai ser lançado o novo livro do projecto do IIM intitulado “Retratos de
Luso-Asiáticos do Myanmar”, com as apresentações realizadas por João Palla
Martins, autor do livro, e através da plataforma Zoom, por João Laurentino
Neves e James Myint Swe.
“Isto
é um projecto que no fundo é uma colecção de retratos de rostos luso-asiáticos
por alguns países onde as comunidades portuguesas ainda subsistem e temos mais
comunidades, como em Malaca, Timor, Hong Kong e muitos mais”, começa por
explicar o autor do livro João Palla Martins, arquitecto radicado em Macau há
dez anos. “A ideia surge com o objectivo de ir fazendo alguns álbuns
fotográficos por estes sítios por onde os portugueses ainda hoje em dia têm um
sentido de comunidade, porque existem muitos outros sítios que também já foram
habitados por nós e que já tiveram comunidades portuguesas, porém, onde esse
sentido de comunidade deixou de existir”, assinalou. “Acima de tudo, o que me
fascina é como que no século XXI ainda podemos encontrar estas comunidades,
pois o que me interessa mais é o aspecto da fisionomia das pessoas: como é que
elas são fisicamente. E é nisso que se baseia o livro”, resume.
A
ideia do livro, conforme frisou o autor, é que este seja um género de prova
visual de uma miscigenação antiga, entre portugueses e asiáticos, porque o que
normalmente se vê são os livros de história, ou só existe a leitura dos
artigos, mas, segundo o autor, nunca se vê a cara das pessoas, a não ser que se
viaje até lá pessoalmente.
“Por
outro lado, estes livros têm também um carácter científico na medida em que
inclui sempre um texto de um autor, um investigador ou um académico, que faça
um bocado o ponto de situação daquilo que é a comunidade hoje em dia”, refere,
acrescentando que “às vezes isto pode ter também um contexto histórico até
chegar aos dias de hoje, portanto, também tem esse carácter quase científico de
mostrar não só visualmente, mas através de um texto que normalmente é
cientifico ou académico”.
Estas
duas componentes a que se refere são as que interessam ao autor, para
desenvolver uma colecção que, por um lado, seja uma colecção actualizada dentro
do estado da arte daquilo que são as comunidades luso asiáticas existentes
ainda hoje em dia. “Na verdade, em grande parte, é necessário um trabalho para
dignificá-las, dar-lhes valor, mostrar-lhes as caras, permitindo assim, por sua
vez, outro tipo de coisas, ao nível da antropologia física, por exemplo”,
explica o autor.
Em
relação aos próximos projectos da série, João Palla Martins revela que no final
do ano está programado o lançamento do terceiro livro, e que para o próximo
ano, se existir financiamento, talvez o quarto da série. “O terceiro livro será
acerca da comunidade luso asiática do Sri Lanka, posso confirmar. Porém, em
relação ao quatro, embora já tenha bastante trabalho feito, ainda não há
certezas absolutas”, concluiu. Joana Chantre – Macau in “Ponto
Final”
joanachantre.pontofinal@gmail.com
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