Dia 4 de Abril celebra-se o Dia da Paz e da Reconciliação
Nacional de Angola. Alusivo à ocasião, o Consulado Geral da República de Angola
na RAEM organiza este ano, um dia antes, no sábado, o 1º Torneio de Futsal do
Dia da Paz em Angola, reunindo nove equipas participantes a representar cada
estado-membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
nomeadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Macau, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Timor-Leste. Eduardo Velasco Galiano, cônsul da República
de Angola em Macau, falou ao Ponto Final acerca da significância deste dia
Este sábado, dia 3 de Abril das 8h30 à 13h00, vai decorrer o 1º Torneio de Futsal do Dia da Paz em Angola, no Pavilhão do Estádio da Taipa. Esta actividade foi concebida em prol da celebração da data 4 de Abril, que é feriado em Angola, o Dia da Paz e da Reconciliação Nacional.
O
Cônsul da República de Angola em Macau, Eduardo Velasco Galiano, explicou ao Ponto
Final um pouco acerca da iniciativa. “Nós vamos realizar este sábado uma
actividade gimnodesportiva alusiva ao Dia da Paz em Angola e Reconciliação
Nacional”, começa por explicar o diplomata. “O consulado achou por bem fazer
uma manifestação cultural entre os países de língua Portuguesa, incluindo
Macau”, acrescentou.
Antes
das partidas, haverá uma pequena introdução de aproximadamente 15 minutos, onde
um orador falará um pouco sobre o dia que este ano calha no domingo. “O torneio
de futebol, onde estarão nove equipas, será um jogo de todos contra todos”,
disse o diplomata, realçando que “isto é para homenagear todas as pessoas que
morreram ou que tiveram qualquer consequência nesse conflito angolano que durou
cerca de 17 anos, a terminar em 2002”. “Por isso celebramos, pois daí até à
data presente não tem havido mais nenhum incidente em Angola, as pessoas estão
livres de circular, livres de viajar, de procurar oportunidades em toda a parte
de Angola. Isto é fruto da paz, da reconciliação nacional que desgraçou muitas
vidas inocentes, no fundo, é mais ou menos à volta disso que vamos organizar
esta actividade, que será a primeira vez na região administrativa de Macau a
ser organizada”, adiantou.
Em
relação às pessoas ou jogadores escolhidos a integrar este campeonato, Eduardo
Velasco Galiano responde que achou por bem não escolher ninguém em especial.
“Juntaram-se alguns interessados, pois o importante vai ser compartilhar esta
nossa actividade de homenagem ao 4 de Abril, com os nove países de língua
oficial portuguesa, porque directa ou indirectamente, todos os países de língua
oficial portuguesa estiveram ou estavam envolvidos uns com os outros, porque o
que toca num destes países também toca nos outros, portanto achei por bem
fazermos isso dentro de uma conjuntura mais realista dentro dessa organização
dos países da CPLP”, apontou.
Angola
viveu décadas da sua história em guerra, de 1961 a 1974, contra o Portugal
colonial, e a partir de 1975 uma guerra civil, que em 2002 chegou ao fim.
Quando
questionado acerca da importância deste dia para a comunidade angolana em
Macau, o cônsul responde ser naturalmente de grande relevância. “Os angolanos
que vivem em Macau, embora já não vivendo em Angola, uns até há mais de 30, 40
anos, têm família no seu país, e a dor sentida dos familiares em Angola também
é sentida pelos familiares que estão de fora. Embora estando aqui em Macau, num
território ou província onde tudo é normal, nós temos sempre alguém de família,
algum amigo, do outro lado”, indica Eduardo Velasco Galiano “Mesmo nos outros países de língua oficial
portuguesa, há muito encruzamento das comunidades, muitas famílias encruzadas,
tal como angolanos a viver com pessoas de todas as outras comunidades,
portanto, todo o sentimento de um é o sentimento de todos, a dor de um é
sentida por todos, porque ao fim ao cabo, somos todos família, e, como se diz
na gíria, ‘estamos todos no mesmo barco’”, acrescentou o diplomata.
O
ex-director do protocolo do Estado da República de Angola, agora cônsul em
Macau há um ano e dois meses, reitera que a importância desta data é muito
grande. “O calar das armas, a diminuição dos óbitos, da inocência das pessoas
que morriam sem saber porquê – isto tudo é da maior relevância, a nós angolanos
especialmente”, explica.
Sendo
o mosaico angolano diversificado, este “dia de muita reflexão” representa muito
mais que apenas o fim da guerra e da austeridade, mas a celebração de um país
que tem feito progressos económicos e políticos substanciais desde 2002.
O
evento é uma actividade sem fins lucrativos e está aberto ao público em geral.
O jogo é previsto começar às 9 da manhã. Todas as equipas participantes serão
distinguidas com uma medalha alusiva à data, e os vencedores premiados com
troféus, tal como uma menção honrosa. Joana Chantre – Macau in “Ponto
Final”
Joanachantre.pontofinal@gmail.com
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