As inundações afetam também várias infraestruturas essenciais no combate à covid-19, incluindo o Laboratório Nacional, no recinto do Hospital Nacional Guido Valadares
Pelo
menos 11 pessoas morreram nas inundações que assolaram hoje a cidade de Díli,
capital de Timor-Leste, disse à Lusa fonte da Proteção Civil, admitindo que
esse número é ainda provisório
A
mesma fonte explicou que o secretário de Estado da Proteção Civil convocou já
uma reunião de urgência para avaliar as situações mais urgentes e que requerem
atenção imediata.
Um
balanço total dos estragos é nesta altura "impossível", segundo fonte
do Governo, com danos avultados em casas privadas, estabelecimentos comerciais
e várias infraestruturas, entre as quais parte da estrada que liga Díli a
Aileu, 47 quilómetros a sul da capital.
As
inundações afetam também várias infraestruturas essenciais no combate à
covid-19, incluindo o Laboratório Nacional, no recinto do Hospital Nacional
Guido Valadares.
Depois
de uma ligeira pausa de menos de uma hora, e de a maré baixa ter permitido
escoar alguma da água, a chuva regressou ao final da manhã, hora local (madrugada
em Lisboa), com muitos habitantes forçados a abandonar as suas casas.
Imagens
de 'drone' recolhidas por um operador timorense, Machel Silveira, mostram
grande parte da zona mais baixa de Díli inundada, com problemas de uma ponta à
outra da cidade.
Em
várias estradas, a circulação está interrompida, por causa do volume da água,
ou até, como ocorre na Avenida de Portugal, devido ao abatimento da estrada.
Grande
parte da cidade de Díli ficou inundada, com os leitos das principais ribeiras a
transbordar, depois de três dias de chuva intensa, convertendo toda a capital
timorense numa "zona de calamidade", disse à Lusa fonte da Proteção
Civil.
Relatos
da Protecão Civil e de residentes em vários bairros da cidade indicam que a
água em alguns locais chega aos dois metros, com casas nas margens da ribeira
de Comoro a serem arrastadas pelas águas.
Parte
da Avenida de Portugal, ao longo do mar, onde estão situadas algumas das
embaixadas, abateu, com as águas a entrarem nas casas, incluindo na delegação
da Lusa.
Vários
residentes, incluindo cidadãos portugueses, já tiveram de abandonar as suas
casas, apesar de a circulação em Díli estar muito limitada, devido ao largo
volume de água que se acumula.
Nos
últimos dias, os serviços meteorológicos tinham alertado para o risco de chuva
forte em várias zonas do país, com destaque para a costa Norte, devido aos
efeitos de um sistema de baixa pressão, localizado sobre a parte ocidental da
ilha de Timor.
As
chuvas fortes já tinham causado problemas em vários municípios do país nos
últimos dias, com relatos de casas destruídas e outras infraestruturas
afetadas, incluindo estradas e pontes.
Alguns
residentes dizem que a situação atual em Díli é mais grave que a que se viveu
no passado dia 13 de março de 2020, quando cheias afetaram dezenas de milhares
de pessoas na capital, havendo mesmo quem não se lembre de inundações assim
desde os anos 1970. In “Contacto” – Luxemburgo com “Lusa”
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