Tendo em conta que muitas empresas chinesas e lusófonas sofreram “um golpe sem precedentes” durante a pandemia, a Associação Comercial Internacional de Empresários Lusófonos entende que Macau deve trabalhar em várias frentes para desenvolver o seu papel de plataforma
A
Associação Comercial Internacional de Empresários Lusófonos alertou para o
facto de muitas empresas chinesas e de países de língua portuguesa terem
relatado que os seus negócios foram atingidos por um “golpe sem precedentes”,
numa altura em que o mundo continua a ser severamente afectado pela pandemia.
Nesse contexto, a vice-presidente da associação, Latonya Leong, avisou que as
dificuldades sentidas por essas empresas representam um desafio que “não pode
ser ignorado”.
Na
sua perspectiva, Macau pode trabalhar em vários aspectos para melhorar esta
situação. Ao Jornal Tribuna de Macau, Latonya Leong sugere que o Fórum para a
Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa
coopere com associações económicas e comerciais sino-portuguesas profissionais
da RAEM para acelerar o intercâmbio entre empresas da China Continental e dos
mercados lusófonos. Concretamente, acredita que isso poderá ser feito no
comércio e investimento, bem como na cooperação regional, de modo a promover a
viabilidade de uma cooperação mutuamente benéfica entre o Continente, a RAEM e
os países de língua portuguesa.
Ademais,
a mesma responsável aponta para a exploração de novas possibilidades,
combinando projectos de desenvolvimento existentes na RAEM. A medicina
tradicional chinesa “é uma das indústrias emergentes que Macau se esforça por
cultivar, sendo também um campo chave na promoção da diversificação económica
adequada”, refere. O estabelecimento da sede internacional do “Guangzhou
Pharmaceutical Group” em Macau é um marco importante, que no futuro, deve
ajudar a indústria farmacêutica do território e de Hengqin, a inovar-se,
desenvolver-se e também a ajudar na diversificação da economia do território,
disse,
Além
de servir de plataforma para a cooperação sino-lusófona, Macau é também uma das
janelas importantes para a cooperação internacional da China. Latonya Leong
sublinhou que Macau espera aumentar as oportunidades de cooperação e alargar a
outros países as vantagens e o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa,
bem como levar marcas conhecidas a África para registo, desenvolvimento e,
gradualmente, liderar o desenvolvimento da medicina chinesa nos países de
língua portuguesa.
Apontou
também que o “Centro de Exposições de Produtos Alimentares dos Países de Língua
Portuguesa” será utilizado para levar esses produtos para o Continente de modo
a responder à procura interna de alimentos importados. “Recomenda-se ao Governo
o apoio à publicidade e, em conjunto com o detalhado planeamento de mercado, a
promoção das vantagens dos produtos alimentares dos países de Língua
Portuguesa”, frisa.
“Actualmente
existe pouco conhecimento sobre os produtos alimentares derivados dos países de
Língua Portuguesa na China Continental, a elevada qualidade e preços razoáveis
podem ser utilizados como pontos de venda para uma exploração eficaz de novas
oportunidades de desenvolvimento”, defendeu Latonya Leong.
A
associação entende ainda que deve ser feito um bom uso do fundo de desenvolvimento
cooperativo entre a China e o universo lusófono e do sistema de seguro de
crédito à exportação de Macau para pequenas e médias empresas (PME). De acordo
com dados citados pela mesma responsável, o Fundo apoiou seis projectos no
total, incentivando as empresas chinesas a investirem cerca de quatro mil
milhões de dólares americanos em países lusófonos, abrangendo áreas como
infra-estruturas, agricultura, manufactura, entre outras. No futuro, estes
projectos deverão continuar a trazer contribuições financeiras para os países
lusófonos e contribuir para a criação de postos de trabalho, o aumento da
capacidade produtiva e o desenvolvimento social.
O
sistema de seguro de crédito à exportação para PME de Macau é um marco
importante para a plataforma lusófona. “Se o Governo puder incentivar mais
empresas a usar o fundo, a envolverem-se activamente em negócios com os países
de língua portuguesa e a combinar a utilização e investimento do fundo com o
desenvolvimento interno e externo de empresas chinesas e portuguesas em Macau,
acredita-se que serão criadas novas oportunidades para muitas entidades”, disse
a mesma responsável.
Latonya
Leong defende ainda o reforço da promoção e divulgação do papel e função da
Plataforma China-Lusofonia no país e no estrangeiro, com foco na formação de
uma nova geração de jovens empresários da China e lusófonos. Desse modo, a
Plataforma poderá ser “maior e mais forte”. Viviana Chan – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
Sem comentários:
Enviar um comentário