Uma
equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
(FMUC) está a desenvolver um estudo que pretende permitir encontrar novas
abordagens terapêuticas para os tumores da hipófise (glândula situada na base
do cérebro).
Os
tumores da hipófise, também chamados adenomas hipofisários, porque na sua
maioria são benignos, afetam 15% da população e são dos tumores primários
cerebrais mais frequentes.
O estudo, realizado em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e Oxford Centre for Diabetes, Endocrinology and Metabolism (OCDEM), do Reino Unido, centra-se nos pequenos adenomas hipofisários denominados corticotrofos.
«Estes
tumores, apesar de, na larga maioria dos casos, serem benignos, associam-se a
elevada morbilidade e, se não forem tratados apropriadamente, apresentam
mortalidade acrescida», explica Luís Cardoso, investigador principal do estudo designado
“Molecular Characterisation of Corticotroph Adenomas in a Portuguese Cohort”.
Atualmente,
além da cirurgia, não existem terapêuticas com eficácia curativa. Assim,
esclarece o investigador da FMUC, «é fundamental estudar os mecanismos
moleculares subjacentes à origem e desenvolvimento desta doença, que permitam,
por um lado, identificar fatores prognósticos, que otimizem as terapêuticas
existentes e, por outro lado, permitam identificar novas alternativas
terapêuticas. Para tal, iremos estudar o perfil mutacional (por exemplo, genes
USP8, USP48) de uma coorte portuguesa de adenomas corticotrofos, os fatores
moleculares que permitam individualizar a abordagem ao doente, bem como o
efeito da modulação epigenética em linhas celulares destes tumores».
Ao
estudar a patogénese dos adenomas corticotrofos e suas implicações clínicas e
terapêuticas, a equipa pretende essencialmente contribuir para «melhorar o
conhecimento global da sua patogénese, nomeadamente o papel das mutações
recorrentes no gene USP8 e da modulação epigenética, bem como identificar
fatores que permitam prever o comportamento biológico do tumor e de resposta
terapêutica», afirma Luís Cardoso, acentuando que a informação obtida no âmbito
da investigação poderá permitir «melhorar a abordagem clínica dos doentes com
adenomas corticotrofos. Além disso, a informação molecular poderá ter utilidade
no prognóstico, terapêutica e seguimento».
Este
estudo foi recentemente distinguido com uma bolsa da Sociedade Portuguesa de
Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo e HRA Pharma Iberia, no valor de 10 mil
euros. Universidade de Coimbra - Portugal
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