As autoridades namibianas da região de Ohangwena estão a repatriar, diariamente, centenas de angolanos que se encontram no país vizinho para fugirem à fome provocada pela seca severa que atinge as províncias do sul de Angola
Nas
últimas semanas milhares de angolanos atravessaram ilegalmente a fronteira com
a Namíbia, especialmente habitantes das províncias da Huíla e do Cunene, para
fugir aos efeitos dramáticos da estiagem prolongada, concentrando-se
maioritariamente nas regiões de Omusati e Ohangwena.
O
governador da região de Ohangwena, Walde Ndevashiya, citado pela NBC namibiana,
explicou que em média, todos os dias, só desta municipalidade, são repatriados
pelas forças de segurança mais de 200 angolanos por não cumprirem os requisitos
legais exigidos para permanência no país.
Como
o Novo Jornal tem acompanhado, largos milhares de angolanos, na sua maioria
jovens, homens e mulheres, muitos deles com filhos pequenos, atravessaram,
e continuam a atravessar, ilegalmente, a fronteira sul de Angola para procurar
na Namíbia, seja em trabalho doméstico, seja como pastores de gado, na sua
maior parte, quase sempre remunerados muito abaixo dos valores médios
praticado, salvaguarda para os efeitos da seca que se impôs na Huíla, Cunene e
também Namibe.
Apesar
de a chuva ter regressado nos últimos dias, os efeitos mais severos da seca
mantêm-se e o êxodo de milhares de angolanos permanece, tendo mesmo, há duas
semanas, levado a embaixadora angolana em Windhoek a visitar as zonas de
fronteira para se inteirar da situação dramática que vivem estes cidadãos.
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