Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 20 de abril de 2021

Estados Unidos da América - Galeria Nacional de Arte comemora 80 anos, fechada pela pandemia


Há oito décadas, quando a Segunda Guerra Mundial assolava a Europa, o presidente Franklin D. Roosevelt fez o discurso de inauguração da “National Gallery of Art”, que chamou de um “presente para a nação” que permitiria ao público ver permanentemente em Washington as principais obras de arte. Entre os artistas cujas obras estariam expostas no museu naquela época estavam – e estão – Rafael, Rembrandt, Velazquez, Botticelli e a única peça de Leonardo da Vinci então nos EUA.

Tudo isso graças à doação do ex-secretário do Tesouro (de 1921 a 1932) Andrew Mellon, um dos americanos mais ricos, cuja fortuna englobava bancos, petroleiras e empresas de alumínio e que morreu em 1937, poucos anos antes de realizar o sonho de ver uma Galeria Nacional de Arte estabelecida no país.

“A dedicação desta Galeria a um passado vivo e a um futuro de vida maior e mais rico é a medida da seriedade de nossa intenção: que a liberdade do espírito humano continue”, disse Roosevelt na inauguração do museu, a 17 de Março de 1941.

A respeito de Mellon, o presidente comentou que combinou a vultosa doação com a modéstia de seu espírito, estipulando que a galeria não levasse o seu nome, mas sim o da nação. Um dia depois, a 18 de Março, o museu abriu as portas ao público.

Houve apenas dois períodos durante os quais as operações diárias do museu foram ajustadas. Em 1942, foi parcialmente fechado e uma parte das suas obras mais valiosas foi transferida para a Carolina do Norte para protecção durante a guerra, e em 2020 e até agora em 2021 foi fechada ao público devido à pandemia do coronavírus.

Desde a fundação, o museu tornou-se a segunda instituição do género mais visitada nos EUA, superado apenas pelo “Metropolitan Museum of Art” de Nova Iorque.

“Oitenta anos é grande, mas não é o Prado ou outras instituições europeias. Acho que o marco é sobre o serviço público”, disse o director do museu Kaywin Feldman numa conversa com a EFE.

“Acho impressionante que, quando inaugurámos em 194, em poucos meses, recebemos um milhão de visitantes e tínhamos muito poucas obras de arte. A nossa colecção inicial era de cerca de 150 objectos e todos esses anos depois, antes da pandemia, recebíamos, normalmente, em média quatro ou cinco milhões de visitantes por ano”, acrescentou. Actualmente, a colecção soma mais de 150.000 obras.

Feldman acrescentou que o grande desafio agora é para a instituição se adaptar à realidade social e cultural em mudança nos EUA. Salienta que a questão é descobrir o que significa pertencer à nação e a todos os americanos num momento em que os EUA se estão a transformar de forma significativa, com 40% da população sendo afro-americanos, latinos e asiáticos.

Feldman disse que o museu foi fundado como uma instituição europeia e apesar de ter uma colecção de arte norte-americana, o coração da instituição é a Europa e o museu orgulha-se disso. No entanto, o museu quer abraçar o espectro mais amplo possível do que os EUA são hoje.

Infelizmente, o museu não poderá comemorar totalmente o seu 80º aniversário por causa da pandemia.

Em Julho passado, reabriu as portas, mas teve de fechar novamente a 21 de Novembro por causa do novo surto de infecções por COVID-19 na área metropolitana de Washington.

Feldman enfatizou que a galeria desenvolveu notavelmente os seus pontos fortes na produção digital para ser capaz de trazer o museu para as casas das pessoas, mas reconheceu que não é a “mesma experiência” de estar diante de um Caravaggio ou Cézanne e contemplá-lo.

Actualmente, o jardim de esculturas do museu está aberto e a instituição espera poder reabrir totalmente nos próximos dois meses. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Agências Internacionais”


 

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