A
primeira unidade de um ventilador produzido em Portugal e com certificação
europeia foi simbolicamente entregue a uma associação, neste dia 14, que
adquiriu 30 equipamentos e vai distribuí-los por hospitais do Serviço Nacional
de Saúde.
A
cerimónia decorreu na empresa Sysadvance, com sede na Póvoa de Varzim, distrito
do Porto, que nos últimos meses desenvolveu o equipamento e o submeteu a uma
rigorosa certificação à aprovação nas entidades de saúde europeias, tendo agora
capacidade para produzir 60 unidades por dia.
“É
um produto desenvolvido com o requisito de alta fiabilidade, desempenho e
precisão para o suporte de vida de doentes com estados pulmonares muito
críticos. A certificação comprovou que é um ventilador tão bom ou melhor que os
equipamentos topo de gama já produzidos no estrangeiro”, revelou José Vale
Machado, responsável da Sysadvance.
O
empresário partilhou que este ventilador nacional foi desenvolvido por uma
equipa de médicos e engenheiros que foram “extremamente exigentes na precisão e
fiabilidade do mesmo”, conseguindo, ainda assim, que o equipamento fosse mais
barato que ventiladores similares já usados nos hospitais portugueses.
“Vai
ser colocado a um terço do preço dos competidores, mesmo tendo mostrado nos
testes de certificação um desempenho igual ou superior ao atual líder de
mercado. Custará cerca de 15 mil euros ao cliente final”, desvendou.
José
Vale Machado lembrou, ainda, que este ventilador produzido em Portugal, tem “a
vantagem acrescida de poder ser controlado remotamente, através de uma rede
informática, permitindo que o pessoal médico entre menos vezes nas zonas de contágio”.
A
empresa, que já operava na área dos equipamentos médicos, nomeadamente em
unidades de oxigénio medicinal, contratou mais trabalhadores e criou uma linha
de produção específica para este ventilador, que, atualmente, pode produzir 10
equipamentos por dia, mas pode escalar para 60 por dia, respondendo às
exigências do mercado nacional, mas também com olhos postos na exportação.
“Há
uma encomenda teste com dois ventiladores para a República Checa e já temos o
processo da equivalência de certificação iniciada no Brasil, onde há uma
necessidade grande destes equipamentos”, partilhou.
Nesta
quarta-feira, a empresa procedeu à entrega do primeiro de 30 ventiladores
encomendados pela Associação Todos Por Quem Cuida, fundada pela Ordem dos
Médicos, a Ordem dos Farmacêuticos, a Associação Portuguesa da Indústria
Farmacêutica (Apifarma), que vai doar os equipamentos a hospitais nacionais.
“A
nossa ideia inicial é oferecer um a cada hospital do Serviço Nacional de Saúde,
incluindo Açores e Madeiras, vamos ver se será possível”, explicou Miguel
Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos.
O
responsável, que esteve na cerimónia acompanhado pela bastonária da Ordem dos
Farmacêuticos, Ana Paula Martins, vincou a importância de um ventilador
produzido em Portugal “para a autonomia do país em crises que possam existir”,
vincando que o mesmo “foi reconhecido a nível europeu como equipamento
compatível com os da sua classe”.
“Nesta
última fase complicada que atravessamos, usaram-se os melhores e piores
ventiladores que tínhamos. Foram todos precisos, mesmo que os que não eram
específicos para os cuidados intensivos, pois o objetivo fundamental era salvar
o máximo de vidas. Certamente que este novo ventilador vai ter aplicação,
nomeadamente na substituição daqueles que já estão ultrapassados”, partilhou
Miguel Guimarães.
Além
dos 30 ventiladores adquiridos pela Associação Todos Por Quem Cuida, a empresa
que os produz, vai também doar outros cinco, para serem distribuídos pelas
unidades de saúde nacionais. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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