No
passado dia 2 de fevereiro, o livro Hospitais e Saúde no Oitocentos: diálogos
entre Brasil e Portugal, uma obra coletiva na área da História e Saúde que é
resultado de um conjunto de trabalhos elaborados por investigadores
luso-brasileiros sobre arquitetura, urbanismo, patrimônio cultural e saúde no
séc. XIX, foi distinguido no âmbito do VI Encontro da Associação Brasileira de
Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (ENANPARQ).
O
VI ENANPARQ, um congresso internacional que se assume como um dos principais
eventos da área de arquitetura e urbanismo do Brasil, que este ano se realizou
de forma virtual, devido à pandemia, entre os dias 1 e 5 de março em Brasília,
atribuiu à obra luso-brasileira uma menção honrosa na categoria coletânea.
Segundo o júri do evento, o livro “contribui para o conhecimento e para o
reconhecimento da arquitetura hospitalar no Brasil e em Portugal, durante o
neoclassicismo, trazendo conteúdos novos sobre o tema”.
O
livro, uma publicação da editora Fiocruz, que concentra a maior parte dos
lançamentos da Fundação Oswaldo Cruz, a mais importante instituição de ciência
e tecnologia em saúde da América Latina, localizada no Rio de Janeiro, é
constituído por sete capítulos onde os cientistas sociais luso-brasileiros
revisitam a benemérita rede de dezenas de associações de beneficência fundadas
por emigrantes portugueses na transição do séc. XIX para o séc. XX, e que ainda
hoje são instituições de referência no Brasil, principal destino da emigração
lusa na época.
Refira-se
que um dos capítulos da obra é assinado pelo historiador Daniel Bastos,
colaborador do Mundo Lusíada, com o título “O Hospital da Misericórdia de Fafe
e a Contribuição da Benemerência Brasileira em Portugal no Século XIX”. O
investigador, cujo percurso tem sido alicerçado no seio das comunidades
portuguesas, destaca no seu trabalho o percurso de mais de um milhão de
portugueses que na transição do séc. XIX para o séc. XX emigraram para o
Brasil, muitos deles provenientes do Minho, à procura de melhores condições de
vida.
Os
chamados “brasileiros de torna-viagem”, que quando retornaram ao torrão natal
foram impulsionadores da construção de residências, de indústrias e obras
filantrópicas, assim como dinamizadores da vida pública, económica, social e
cultural. Daniel Bastos – Portugal in “Mundo
Lusíada”
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