Em
Lausanne, na Suíça, o português Carlos Pequito começou por
transformar calçado desportivo em peças de arte e hoje o projeto artístico
transformou-se num negócio de sucesso.
Nascido
em Luanda, capital de Angola, e filho de pais alentejanos, Carlos Pequito vive
na Suíça há 33 anos, país onde acabou por descobrir a sua paixão pelas artes
plásticas.
O
projeto de personalizar sapatilhas nasceu em 2016, fruto de um acaso que virou
negócio.
“Quando
cheguei à Suíça fui viver para a cidade de Montreux, num prédio onde residiam
vários alunos da Escola de Artes da região. Na altura, tinha bastante tempo
livre e passava muito tempo com eles, nos ateliês, a pintar e a desenhar. Foi
nessa altura que me apaixonei verdadeiramente pelas artes plásticas”, explicou.
Apresentando-se
como um artista “multidisciplinar”, Pequito começou pela pintura em acrílico e
rapidamente divergiu para várias experiências artísticas; escultura, o
‘street-art’, decoração de móveis e ‘body-painting’.
A
viver na Suíça desde os 21 anos, depois de cumprir o serviço militar em
Portugal, o artista plástico não esconde que gosta de “explorar e desafiar os
próprios limites, experimentando novos materiais”.
“Eu
pinto o que sinto, as minhas próprias experiências, sejam elas boas ou más”,
disse, admitindo que as suas obras sejam também, o reflexo dos tempos atuais,
“um mundo um pouco negro”.
Como
acontece com muitos, Carlos Pequito não vive exclusivamente da produção
artística.
“A
arte, para mim, nunca foi um ganha-pão, mas sobretudo uma forma de expressão.
Vi na arte uma forma de me exprimir através das imagens, das formas e das
cores”, disse.
A
ideia de personalizar sapatilhas, tornando-as numa peça de arte única, surgiu
“por acaso”, num episódio da vida de Carlos em que estava à procura de uma
ideia original para um presente para uma amiga que, na altura, se encontrava
grávida.
“Fui
comprar umas sapatilhas para bebé em algodão, brancas e pintei-as”, recordou.
Segundo
o artista plástico, os primeiros pedidos começaram a surgir a partir dessa
primeira experiência. Veja a página Facebook do artista.
“Fiz
um par, dois, três e as encomendas não pararam de aumentar. Foi aí que tomei
consciência que se poderia tornar num negócio”, disse Pequito.
Em
entrevista à Lusa, o artista explicou que escolhe modelos simples, em algodão,
com poucas costuras e cujo modelo seja intemporal, para que possa agradar a
todos.
Desde
o início, conseguiu vender 30 pares. “Tenho muitas encomendas, mas falta-me o
tempo”, afirmou.
As
sapatilhas são pintadas à mão e levam cerca de 200 horas a serem ilustradas. O
material de eleição do artista é o algodão e as tintas utilizadas para a
ilustração são tintas cujo pigmento é inalterável e resistente à água. Os desenhos
são geralmente escolhidos pelo cliente.
“São
os adolescentes que mais me procuram, sobretudo mulheres. Usar as minhas
sapatilhas é uma forma de dar a conhecer o meu trabalho”, declarou.
O
artista admitiu à agência Lusa que, num futuro próximo, gostaria de criar a sua
própria marca de sapatilhas. In “Bom dia Europa” com “Lusa”
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