Macau
- O diretor do Instituto Português do Oriente (IPOR) disse que o crescimento
"muito significativo" da procura pelo ensino do português a um
público infanto-juvenil já obrigou a instituição a criar uma lista de espera.
"Outra
área que temos notado um crescimento muito significativo (...) é nas oficinas
para o público infanto-juvenil. (...) Estamos a falar do ensino de língua
portuguesa entre os 6 e os 14 anos, é a franja em que temos sentido um
crescimento maior, essencialmente para crianças e jovens de famílias
chinesas", destacou, em entrevista à Lusa, Joaquim Coelho Ramos.
O
número mais que triplicou em relação a 2018, passando de 30 a 40 inscrições
para mais de 120. "Não estávamos à espera deste crescimento (...), um tipo
de 'boom'" que coloca "um problema", explicou o responsável que
está a exercer funções em Macau desde agosto de 2018.
A
instituição, que assinala na quinta-feira o 30.º aniversário, foi obrigada a
criar uma lista de espera e para ajustar a oferta está a proceder à contratação
de professores a tempo parcial.
A
estratégia do IPOR tem várias frentes e tem como base "uma equipa e
profissionais dedicados que trabalham em conjunto", assente ainda em
várias parcerias, frisou o diretor da instituição, que comemora na quinta-feira
30 anos de presença na Ásia.
"Houve
uma tentativa de aproximação do IPOR com as instituições locais. Acreditamos
que o segredo do sucesso não é estar sozinho. Este tipo de colaboração tem tido
resultados por exemplo, ao nível científico e pedagógico com o Instituto
Politécnico de Macau, com cursos intensivos de verão, na produção de materiais
didáticos, e também com a Universidade de Macau, num trabalho voltado para o
português como língua para fins específicos", assinalou.
O
diretor do IPOR, em funções desde agosto de 2018, enumerou três desafios que se
colocam atualmente à instituição.
Um
deles passa pela formação interna. "Neste momento, por exemplo, temos de
pensar em dar formação complementar de pedagogia didática da língua portuguesa
para crianças e jovens. Até agora tínhamos um paradigma muito forte no ensino
de adultos, esse paradigma continua, mas há um novo desafio", frisou.
Outra
área fundamental que constitui o desafio estratégico do IPOR passa pela
atualização dos recursos tecnológicos, com uma atenção à estatística e análise
de dados: "um instituto deste tipo que consegue antecipar uma tendência de
procura é um instituto que vai dar uma melhor resposta", defendeu.
Por
fim, Joaquim Coelho Ramos definiu como prioridade "a organização daquilo
que já é a memória do IPOR", de forma a promover "a preservação,
divulgação e disponibilização do acervo da instituição", sublinhou.
O
IPOR conta com 27 funcionários a tempo inteiro que, com o apoio de algumas
colaborações, procuram assegurar a vocação prioritária de promover o ensino da
língua portuguesa, com uma vertente complementar focada na ação cultural.
Fundado a 19 de setembro
de 1989 pela Fundação Oriente e pelo Camões-Instituto da Cooperação e da
Língua, o IPOR exerce a atividade, além de Macau, em países como o Vietname,
Tailândia e Austrália, estando para breve a concretização também de projetos em
Pequim e Chengdu (China) e Nova Deli (Índia). In “Sapo Timor-Leste” com “Lusa”
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