Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

São Tomé e Príncipe - Estado português outorgou Ordem de Mérito a Victor “Frutuoso” como Comendador



Cidadão português nascido na Anadia - Pedralva, Victor Almeida Cruz, tinha 13 anos quando chegou a São Tomé acompanhado pelos seus pais e uma irmã, no ano 1951.

A sua família viveu nas roças Porto Alegre, e Colónia Açoriana. São Tomé e Príncipe, passou a ser a sua segunda pátria. Gerou a sua família nas ilhas verdes do golfo da Guiné, terra em que o português, Victor, tornou-se patriota, muito popular, e empreendedor tendo gerado postos de emprego para muitos são-tomenses. Tanto que foi baptizado pelo povo de São Tomé, como Victor “Frutuoso”.

A veia empreendedora de Victor Cruz manifestou-se cedo, e conduziu o jovem para a exploração de outras actividades económicas, que não fosse à agricultura (cacau e café) dominante no período colonial.

«Cresceu em São Tomé ajudando o seu pai a construir uma serração de madeiras que em poucos anos viria afirmar-se uma indústria de sucesso», explicou o embaixador de Portugal Luís Gaspar da Silva.

A serração, gerou uma carpintaria que produzia mobiliário e que formou muitos são-tomenses como marceneiros.

A independência de São Tomé e Príncipe em 12 de julho de 1975, trouxe peripécias ao empresário português. Confirmou que foi detido nos primeiros dias da independência nacional. Aceitou perder a nacionalidade portuguesa durante os primeiros anos da independência, e ostentar apenas a nacionalidade são-tomense, para assim conservar os seus empreendimentos, nomeadamente a serração.

Determinado em fazer de São Tomé a sua terra de trabalho e de vida, resistiu nas ilhas verdes de esperança. Foi das poucas pessoas que tinham uma propriedade industrial privada, nos primeiros anos da independência. Pois o sistema de governo de pendor marxista, defendia a propriedade colectiva sobre os meios de produção.

Nos finais dos anos 80, a liberalização do mercado, projectou o empreendedor Victor, para outra empreitada. «Adquiriu a empresa estatal Atelier Nacional, que é hoje a conhecida empresa CIEM-Centro Industrial Electro-mecânico», precisou o embaixador.

O retrato lido pelo embaixador de Portugal, acrescentou que Victor Cruz, desempenhou importantes funções na vida social são-tomense, destacando-se ter sido membro do Rotary Club e Cônsul Honorário do Reino da Espanha.

Pela história de uma vida feita em São Tomé, mas sempre com ligação a Portugal, Victor Cruz, foi homenageado na tarde da última quarta feira pelo Estado português.

O Embaixador Luís Gaspar da Silva, anunciou que em nome do Presidente da República Portuguesa e por incumbência do mesmo Chefe de Estado português, «é-lhe outorgada a Ordem de Mérito Empresarial no grau de Comendador». Abel Veiga – São Tomé e Príncipe in “Téla Nón”

Sem comentários:

Enviar um comentário