Marta Pereira, jornalista e produtora
na TDM-Rádio Macau, define a “Somos”, a Associação de Comunicação em Língua
Portuguesa (ACLP) como a continuação da ideia original de “unir em plataforma
as histórias de pessoas de língua portuguesa espalhadas pelo mundo”
Ao
Jornal Tribuna de Macau, Marta Pereira conta como o projecto de divulgação da
lusofonia se construiu a partir de uma ideia original que tinha em Portugal
relacionada com a diáspora portuguesa. Chegada a Macau surgiu a "Somos"
(ACLP), em colaboração com mais oito elementos, e a diáspora portuguesa ficou
numa gaveta aberta. A importância que a lusofonia tem no território
transformou-se e reflectiu-se no projecto que passou “a unir em plataforma as
histórias de pessoas de língua portuguesa espalhadas pelo mundo”.
Estas
histórias ficam depois patentes no website e no facebook da “Somos”, assim como
as actividades culturais, turísticas e uma espécie de jornalismo de proximidade
que resulta da divulgação de toda esta informação espalhada pelo mundo dos
falantes de língua portuguesa. Segundo Marta Pereira o que mais lhes interessa
são os investimentos na pessoa humana.
A
“Somos” integra oito elementos que, para além de Marta Pereira são: Olga
Pereira, Fernando Ferreira, José Manuel Simões, Natacha Fidalgo, Bruno Camacho
da Côrte, José Salgueiro e Valéria Carvalho. Uma equipa pluridisciplinar que
trabalha em coesão “lusófona”.
E
porquê a palavra “Somos”? Marta responde rapidamente “porque não existimos de
forma individual. A palavra ‘somos’, na linguística é um políndromo, ou seja é
um vocábulo que se lê da mesma forma da direita para a esquerda e vice-versa.
Pode ler-se nos dois sentidos. Somos o princípio e o fim”.
A
Associação de Comunicação em Língua Portuguesa é o produto final de um projecto
de vontades que pretende integrar “todos os países falantes de língua
portuguesa e abordar a lusofonia partindo de diferentes perspectivas e através
de meios diferentes. A Somos – ACLP empenhou-se na promoção de literatura,
arte, fotografia, cultura, sociedade e turismo, acções ligadas por um
denominador comum, a língua portuguesa”.
A
associação conta também com a colaboração de diversos parceiros, desde
jornalistas, escritores, professores, artistas, entidades e instituições que
têm trabalhado diversos vectores da lusofonia nos quais a “Somos” considera que
ainda há muito trabalho a fazer nessas áreas como, por exemplo, na cultura e
algumas questões sociais. Neste âmbito, regista Marta Pereira, a associação
pretende “aprofundar o conhecimento da lusofonia na abordagem livre à
literatura, arte, cultura, sociedade ou turismo, através de materiais próprios
como filmes, livros, publicações, concursos, seminários, eventos artísticos,
sociais e culturais, tanto a nível local como regional e internacional”.
A
presidente da “Somos” prossegue contando que: “Para Dezembro preparamos já o
lançamento do Segundo Concurso de Fotografia ‘Somos Imagens da Lusofonia –
2019’, direccionado para países de língua portuguesa, e em Janeiro está também
programada a vinda de uma banda e grupo de dança de Moçambique, que assegurará
um workshop, de 16 a 18 de Janeiro, na Escola Portuguesa de Macau (aberto a
toda a população) e a 19 de Janeiro fará um espectáculo na Taipa, neste momento
não podemos adiantar muito mais. Mas há ainda outras iniciativas que queremos
fazer, ligadas à literatura da China, de Macau e dos países da CPLP assim como
uma acção pontual na área da música e da comunicação”.
Marta
Pereira diz que “que existem pontualmente apoios financeiros, por exemplo do
Instituto Cultural, que nos permitiu organizar o primeiro concurso de
fotografia Somos Imagens. Que sem o apoio do IC não teria sido possível
realizá-lo.”
A
fundadora da “Somos” reside e trabalha no território há quatro anos como
produtora e jornalista na Rádio Macau, e em Portugal, tem de fazer todos este
contactos com os países da lusofonia depois do horário laboral, o que a “obriga
muitas vezes a longas horas nocturnas ao telefone, com pessoas dos países de
língua portuguesa por via de fusos horários difíceis”, por assim dizer.
E
frisa que em Macau, “colocamos no sítio da ‘Somos’ muitas notícias dos vários
países e também de Macau. Publicamos às vezes os jornais do território citando,
claro, a origem e as fontes. Temos uma relação saudável com os jornais de Macau”.
Ana Cruz – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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