Moçambique foi o país convidado para chefiar a missão de
observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para as
eleições presidenciais na Guiné-Bissau, revelou à Lusa o embaixador moçambicano
em Lisboa, Joaquim Bule
Em
declarações à Lusa à saída da reunião do Comité de Concertação Permanente da
CPLP, que decorreu na sede da organização em Lisboa, Joaquim Bule disse que
"Moçambique foi consultado" para presidir à missão.
Agora,
"isso passa por um processo de ponderação ao nível da sede e não é a
embaixada que tomará a decisão".
Por
enquanto, assegurou que ainda não há nenhuma decisão tomada nem indicação do
Governo de Moçambique sobre a pessoa escolhida para assumir a liderança da
missão.
Porém,
referiu que aquela "será tomada em tempo útil, para a constituição da
missão de observação e para a organização de todo o trabalho que tem de
realizar na Guiné-Bissau".
"Nesta
reunião recebemos informação exaustiva sobre a visita que foi efetuada pela
presidência de Conselho de Ministros e secretariado executivo da CPLP à
Guiné-Bissau", acrescentou o diplomata.
Considerando
que ao nível ao nível da CPLP o trabalho é feito em concertação e consultas
permanentes entre os Estados-membros, adiantou que "havendo interesse em
que Moçambique possa integrar a missão de observação eleitoral da CPLP para a
Guiné-Bissau na qualidade de presidente da mesma, Moçambique vai ponderar e
tomar a melhor decisão, certamente".
A
missão de observadores deverá ser composta por cerca de 13 elementos, embora
ainda não esteja definido o número exato por ainda se estarem a aguardar
respostas aos convites, explicou fonte do secretariado executivo da CPLP.
O
chefe da diplomacia de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, país que tem agora a
presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) já
tinha dito, a 13 de setembro, durante a sua deslocação à Guiné-Bissau, que
aquela organização iria enviar observadores eleitorais para acompanhar as eleições
presidenciais naquele país.
"A
convite do Governo da Guiné-Bissau, vamos enviar uma delegação de observadores
eleitorais para as eleições presidenciais de 24 de novembro", afirmou o
ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, país que tem a presidência da
CPLP, depois de um encontro com o Presidente guineense, José Mário Vaz, durante
a sua recente deslocação àquele país.
Luís
Filipe Tavares fez este mês uma visita de dois dias a Bissau, acompanhado pelo
secretário-executivo da CPLP, o embaixador português Francisco Ribeiro Telles.
Nas
declarações aos jornalistas na Presidência guineense, o ministro de Cabo Verde
salientou também que a CPLP quer ajudar a Guiné-Bissau no processo eleitoral
para que as eleições possam decorrer num clima de paz e tranquilidade.
"A
Guiné-Bissau recebeu há poucos dias uma visita da CEDEAO [Comunidade Económica
dos Estados da África Ocidental], foi objeto de discussão no Conselho de
Segurança da ONU há poucos dias e toda a comunidade nacional está expectante
para que as eleições presidenciais possam decorrer da melhor forma, num clima
de estabilidade e de paz", afirmou.
"A
Guiné-Bissau é um grande país, tem um grande povo, trabalhador, e Cabo Verde e
a CPLP estão aqui para transmitir esta solidariedade e de apoio ao processo
eleitoral e sobretudo à paz, para que a Guiné possa retomar os caminhos de
desenvolvimento", acrescentou.
Questionado
pela Lusa sobre se a CPLP pensa reforçar a sua presença em Bissau com a
abertura de uma missão permanente, o chefe da diplomacia respondeu que é uma
questão que está em cima da mesa.
Integram
a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. In “Sapo
Timor-Leste” com “Lusa”
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