A
UCCLA vai ser o palco da apresentação do romance "VYṦEHRAD - A Ponte do
Suicídio" da autoria do são-tomense Hélio Bandeira, no dia 27 de
setembro, às 18h30.
Haverá
intervenções de Abílio Bragança Neto, prefaciador do livro, de Ângelo Torres e
do autor Hélio Bandeira.
Biografia:
Hélio Bandeira
nasceu na ilha de São Tomé, no arquipélago de São Tomé e Príncipe, onde viveu
toda a infância e recebeu a instrução primária e secundária. Começou a sua
atividade literária na adolescência, como pioneiro da UNEAS - União Nacional
dos Escritores e Artistas São-tomenses. Completou o ensino secundário em Aveiro
(Portugal) e foi educado pelas universidades de Coimbra (Portugal) e de
Liverpool (Inglaterra). É graduado em Engenharia de Computação e Electrónica.
Autor
de vários artigos e crónicas em diversas plataformas de comunicação lusófona,
publicou a sua primeira obra literária “SODADI - A Comadre do Cão” em 2012, em
Londres, pela editora britânica Bank House Books and Media. O controverso Romance,
que na altura fora descrito pela crítica como um «Romance Político», aborda
questões atinentes à migração Cabo-verdiana para as ilhas de São Tomé e
Príncipe no período colonial e o atual desterro em que vive esta diáspora
(ex-contratados “ficados”) nas diversas roças de São Tomé e Príncipe após a
independência das ex-colónias.
Com
esta publicação, o autor adquiriu a titularidade de primeiro escritor
São-tomense a publicar no Reino Unido, na língua portuguesa, por uma editora
inglesa (conforme consta na British Library e Nielsen Book UK). No SODADI, a
perspetiva sob a qual o autor enuncia os estigmas pós-coloniais e questiona os
valores identitários nacionalistas abriu precedente para vários debates, como
também serviu de inspiração para a produção de algumas reportagens televisivas.
A obra de estreia do autor - SODADI - que contou com três edições sucessivas
(1.ª Ed, 2012; 2.ª Ed, 2013; 3.ª Ed, 2014) foi apresentada e bem acolhida em
quase todas as áreas geográficas de jurisdição da diplomacia são-tomense em
Portugal e nos Países Baixos.
Em
2019, Hélio Bandeira edita um novo Romance, “VYŠEHRAD - A Ponte do Suicídio”,
tendo São Tomé e Príncipe, novamente, como um dos focos, através de uma
estrutura editorial própria do autor [Edições Pena]; e pela mesma
“chancelaria”, tem em curso a edição da sua próxima obra (um livro de contos e
poesias).
Atualmente
o autor reside em Liverpool - Inglaterra, onde exerce a sua atividade
profissional nas áreas de Análise e Gestão de Dados | Desenvolvimento de
Software e Plataformas Web | Consultoria de TI, e faz literatura em língua
portuguesa.
Sinopse - VYṦEHRAD,
A Ponte do Suicídio:
A
necessidade económica, precedida de busca de uma formação académica em
enfermagem, leva a Marta a migrar do interior de Liberac para a cidade de
Praga. Sem precedentes lógicos, e ainda com a mocidade preservada, descobre que
é seropositiva.
O
desespero causado pelo conhecimento daquele infortúnio levar-lhe-á, várias
vezes, a engendrar um plano que visa render a sua alma ao criador, atirando-se
da Ponte de Nusle - a conhecida e mítica Ponte do suicídio, que se vê em
perspectiva panorâmica a partir do miradouro de VYṦEHRAD no distrito 1 da
cidade de Paga.
A
última tentativa de suicídio é testemunhada e dissuadida pela chefe da catedral
local - a madre Veronika Vidmarová -, quem acaba por oferecê-la a proposta de
uma vida monástica como refúgio ao seu estigma. Entretanto, a matriarca terá de
usar os seus maiores artifícios para convencer o corpo episcopal a admitir a
entrada de uma portadora de HIV para o noviciado - uma altura em que a
ignorância sobre o maldito vírus custava um mundo.
No
Convento de VYṦEHRAD, servindo-se dos seus conhecimentos de enfermagem, agora
na qualidade de freira-noviça, Marta aceita o desafio de embarcar para o
arquipélago de São Tomé e Príncipe, como uma das voluntárias da OMS - uma
aventura missionária liderada pelo cirurgião cardíaco e enófilo, Dr. Willian
Harveys, inglês checo-descendente da família australiana Harveys, que tem
grandes influências na indústria vínica do «novo mundo».
É
naquelas ilhas do equador onde a beleza falaciosa da checa, de forma incómoda,
abrirá o apetite ao sabor do pecado dos homens que lhe forem aproximar, onde o
seu profissionalismo e humanismo farão magias e a sua doçura cativará o amor
das crianças de São Tomé e Príncipe; e será ali onde Marta, não obstante a sua
“pele lívida”, encontrará as respostas àquilo que nunca antes havia
questionado, pelo menos não da forma como a realidade se imporá diante de si.
À
intricada situação entre o sacerdócio e o mundo maculado, acresce-se a
“crispada relação” entre o médico e a enfermeira, que vão marcando a trajectória
de uma vida ordinária feita por duas pessoas extraordinárias, retidas pela
inocência e vítimas das suas próprias mentiras, neste enredo fascinante,
irónico e bastante surpreendente, onde encontra-se a constante presença de uma
diversidade de sabores vínicos do terroir alentejano ao oeste
anglo-australiano.
Neste
caso, será redundante dizer-se que no vinho estará a verdade?!
Morada:
Avenida
da Índia, n.º 110 (entre a Cordoaria Nacional e o Museu Nacional dos Coches),
em Lisboa
Autocarros:
714, 727 e 751 - Altinho, e 728 e 729 - Belém
Comboio:
Estação de Belém
Elétrico:
15E - Altinho
Coordenadas
GPS: 38°41’46.9″N 9°11’52.4″W
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