Lisboa
- O presidente do instituto Camões, Luís Faro Ramos, apelou hoje aos países
observadores da CPLP para que adotem o português como língua opcional nas
escolas, durante a apresentação, em Lisboa, da rede de ensino no estrangeiro.
"O
apelo é para que todos aqueles que se tornem observadores associados da
Comunidade de Países de Língua Portuguesa [CPLP] possam adotar a língua
portuguesa como opcional, pelo menos opcional, no seu currículo público ao
nível do secundário", disse Luís Faro Ramos.
O
presidente do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua falava hoje, aos
jornalistas, no âmbito da apresentação pública da Rede de Ensino de Português
no Estrangeiro (EPE) para este ano letivo, evento em que participaram também os
ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Educação, Tiago
Brandão Rodrigues.
Faro
Ramos explicou que o seu apelo se baseia numa "solicitação" no mesmo
sentido aprovada, no ano passado, na cimeira de chefes de Estado e de Governo
da CPLP, na ilha do Sal, Cabo Verde.
"É
normal que um observador associado também mostre o seu empenho e compromisso
com a língua portuguesa, adotando-a no currículo. É um apelo que faz
sentido", disse.
Segundo
os dados apresentados por Faro Ramos, a rede de ensino básico e secundário
oficial apoiada pelo Estado português terá neste ano letivo 72 244 alunos
(70 824 em 2018/2019) e 978 professores (972 no ano anterior) num investimento
estimado de mais de 22,5 milhões de euros.
Neste
nível de ensino, o português passará a estar integrado em 33 países.
No
ensino superior, o instituto Camões estima que passem a frequentar os cursos de
português 115 mil alunos (mais cerca de 5 mil relativamente ao ano passado),
acompanhados por 850 professores e 51 leitores, num investimento a rondar os 3
milhões de euros.
O
instituto Camões estima ainda aumentar durante o ano letivo o número de
cátedras de português no estrangeiro, estruturas que combinam ensino com
investigação e que são atualmente 50, bem como reforçar a rede de Centros de
Língua Portuguesa, que existem atualmente em mais de 80 países.
Aos
jornalistas, Luís Faro Ramos sublinhou o "crescimento" registado ao
longo dos anos no ensino no estrangeiro.
"É
um crescimento que constatamos ao nível de alunos, de cátedras, de instituições
de ensino superior com as quais temos protocolos. Há um crescimento
generalizado", adiantou.
No
mesmo sentido, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva,
destacou o crescimento do número de países em que o português está integrado
nos sistemas de ensino.
"Em
2019/2020 atingiremos 33 países nos quais a língua portuguesa é oferecida nos
respetivos currículos de ensino secundário. No ensino superior, neste ano
letivo, ultrapassámos a cinquentena de cátedras [...] e no ensino básico e
secundário, mais uma vez, teremos mais professores, mais horários e mais
alunos", disse.
Durante
a sua intervenção, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, apontou o
EPE como "motor de ligação" entre Portugal e as suas comunidades
portuguesas e lusófonas, apontando as "novas tonalidades" que hoje
constituem essa rede.
"O
ensino de português no estrangeiro já não é só aquele curso, mais ou menos
incipiente, mais ou menos robusto, no clube português ou na paróquia católica.
É muito mais do que isso, tem tonalidades muito mais diversificadas",
disse, apontando, além dos lusodescendentes, todos os que falam outras línguas
e querem aprender português.
Sublinhou,
por isso, o esforço do Ministério da Educação português "para
robustecer" este ensino através de uma rede "cada vez mais profunda
de escolas portuguesas no estrangeiro", quer sejam tuteladas pelo Governo
ou de iniciativa privada, mas com currículo português. In “Sapo
Timor-Leste” com “Lusa”
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