Um relatório das Nações Unidas (ONU) revela que o Brasil
é o país lusófono que acolhe mais refugiados, Portugal é o que recebe mais
remessas dos emigrantes e Moçambique teve o maior aumento de estrangeiros em
dois anos
O
relatório do departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas,
consultado pela agência Lusa, indica que o Brasil acolhe 96 mil refugiados, o
maior número no universo de nove países da Comunidade de Países de Língua
Portuguesa (CPLP).
Portugal
recebeu, em 2018, remessas no valor de 4 773,4 milhões de dólares (4 331,3
milhões de euros) dos seus emigrantes, muito mais do que qualquer outro país
lusófono.
Desde
2017, o maior aumento de migrantes foi verificado em Moçambique, que conta mais
88 mil estrangeiros.
A
Guiné-Bissau é o país com população imigrante mais jovem, com uma média de 24,7
anos. É também o país lusófono que registou a maior descida das remessas dos
emigrantes desde 2016.
Os
países têm níveis muito próximos entre homens e mulheres migrantes, menos a
Guiné Equatorial, em que apenas 22,9% dos estrangeiros são mulheres.
Com
888 200 estrangeiros contabilizados em Portugal, o que significa 8,7% da
população e um aumento de oito mil pessoas desde 2017, a ONU estima que estejam
a viver também cerca de 1700 refugiados no país.
A
idade média dos migrantes que estão atualmente em Portugal é de 43,3 anos,
sendo que a esmagadora maioria (83,2% dos migrantes) tem idades compreendidas
entre os 20 e 64 anos e apenas 7,2% são menores de 19 anos.
Segundo
o relatório, no ano passado, os emigrantes portugueses enviaram para Portugal
remessas no valor de 4 773,4 milhões de dólares (4 331,3 milhões de euros). O
valor terá subido em cerca de 172,5 milhões de euros desde 2016.
O
Brasil acolhe mais 71 mil migrantes do que há dois anos, tendo agora 807 mil
pessoas nascidas fora do país. Porém, neste número não foram contados os
refugiados e requerentes de asilo, sendo 96 mil nesta situação.
A
idade média dos migrantes é de 40,2 anos e 21,4% destes têm mais de 65 anos.
Em
2018, o Brasil recebeu 2 933,6 milhões de dólares dos seus emigrantes, mais 193
milhões do que há três anos.
Angola
teve um aumento de 31 mil migrantes desde 2017, sendo agora casa de 669,5 mil
pessoas nascidas noutro país, que incluem 71,3 mil refugiados.
A
quase totalidade dos migrantes é proveniente da África Subsariana e a idade
média dos migrantes situa-se nos 33,6 anos.
O
documento indica que as remessas dos emigrantes angolanos para o país estão na
ordem de 1,5 milhões de dólares em 2018, no entanto os dados do último
relatório mostravam 11 milhões de dólares em 2016.
Cabo
Verde recebe 15,7 mil migrantes, com uma média de 40 anos e, neste relatório,
não acolhe refugiados. O número manteve-se quase igual a 2017 (15,3 mil de
pessoas nascidas noutro país). Mais de 87% dos migrantes têm idades entre 20 e
64 anos.
Em
2018, o país insular recebeu 242,6 milhões de euros dos emigrantes, um aumento
de 24,6 milhões relativamente a 2016.
Guiné-Bissau
recebe atualmente 26,9 mil pessoas nascidas noutro país, quase todas nascidas
na África Subsariana, dos quais 11,2 mil são refugiados e requerentes de asilo
(41,7% dos migrantes).
A
idade dos estrangeiros na Guiné-Bissau é de uma média de 24,7 anos, sendo que
41% dos migrantes têm menos de 19 anos e 54,5% têm entre 20 e 64 anos.
O
país recebeu no ano passado 26,5 milhões de dólares provenientes dos
emigrantes, uma descida de 12,5 milhões desde 2016.
A
Guiné Equatorial conta com 227,6 mil de cidadãos de outras nacionalidades,
cerca de 16,8% da população total do país. Os estrangeiros têm, em quase todos
os casos (97,2%) idades entre 20 e 64 anos e apenas 22,9% dos estrangeiros são
mulheres.
Não
existem dados sobre as remessas dos emigrantes para a Guiné Equatorial.
Com
23,7 mil refugiados, Moçambique conta com 334,7 mil migrantes, mais 87,7 mil
migrantes do que há dois anos. A idade média é de 30,7 anos.
Com
um aumento de 156 milhões de dólares nas remessas dos emigrantes desde 2016,
Moçambique recebeu um total de 354 milhões em 2018.
São
Tomé e Príncipe conta atualmente com 2200 cidadãos de outras nacionalidades,
com 95% de probabilidade que sejam nascidos noutros países da África
Subsariana. Os números são praticamente iguais a 2017, sem nenhum refugiado
registado.
O
país terá recebido 17,1 milhões dólares dos emigrantes em 2018, um milhão mais
do que em 2016.
Timor-Leste
é casa de 8.400 pessoas nascidas noutros países, com uma idade média de 32,4
anos.
Dos
cidadãos nascidos noutros países e com residência em Timor-Leste, apenas 39,6%
são mulheres, uma descida de dez pontos percentuais em relação a 2017.
No
ano passado, o país recebeu mais 20 milhões de dólares dos emigrantes do que em
2016, indicando 88,5 milhões de dólares para 2018. In “Sapo
Timor-Leste” com “Lusa”
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