Quase
duas dezenas de ‘startups’ portuguesas
e brasileiras participam na Semana Internacional de Macau de Startups para
captarem investidores e parceiros no mercado chinês, disseram ontem alguns dos
seus responsáveis à agência Lusa.
Depois
da participação na Semana Internacional de Macau de Startups, os representantes
das 17 empresas lusófonas têm agendado um circuito por três das cidades que
integram a Grande Baía, uma metrópole mundial que Pequim está a criar numa
região com mais de 70 milhões de habitantes e que engloba também Macau e Hong
Kong. “O principal alvo é o mercado da Grande Baía, conectar com investidores”,
explicou à Lusa o director-geral da incubadora e aceleradora brasileira Startup
Rio.
Por
outro lado, há também o objectivo de “tentar, com a ajuda do Governo local,
trazer ‘startups’ brasileiras para
esta região da Grande Baía, através de subsidiárias”, acrescentou Paulo
Espanha, acompanhado de responsáveis das empresas ligadas à inteligência
artificial (CyberLabs e Previsiown) e à internet das coisas (Phygitall).
Do
Brasil veio também o director executivo da Sunne, Yuri Frota, que está em Macau
“para conhecer o mercado e reforçar o trabalho em rede com outras empresas”. O
brasileiro está consciente de que “Macau pode ser uma porta de entrada para a
China” para a Sunne, que está a desenvolver produtos na área das energias
renováveis. Já a responsável de operações da Nu-Rise, Joana Melo, destacou que
a prioridade passa por “promover relações com outras empresas e estabelecer
contactos com o mercado chinês, desde investidores, aceleradores, incubadoras e
fabricantes”.
Joana
Melo sublinhou que se trata de uma aposta estratégica da empresa portuguesa,
que desenvolveu um “sistema digital que funciona em tempo real na área da
radioterapia que ajuda os médicos a criarem ferramentas mais precisas e
seguras”.
A
portuense Infraspeak também fez questão de marcar presença no evento que dura
até sábado. A aposta da ‘startup’
portuguesa é em ‘software’ de gestão
de manutenção de edifícios, explicou o responsável pelas parcerias
internacionais da empresa, José Vieira Marques. “O foco principal é encontrar
parceiros e trabalhar em rede para arranjar novos investidores, numa nova ronda
de captação de investimento”, adiantou, ciente de que se encontra na capital
mundial do jogo que há mais de uma década tem sido marcada pela construção de
edifícios de luxo ligados, sobretudo, às operadoras de casinos.
Em
Macau, o Governo tem repetido a vontade em ajudar empresas oriundas de países
de língua portuguesa a investirem na região, em especial após a apresentação do
plano de desenvolvimento do projecto da Grande Baía. De resto, as autoridades
do território têm sublinhado a existência do Fundo de Cooperação para o
Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, de mil milhões
de dólares americanos com esse propósito. Em Maio, Chefe do Executivo, Fernando
Chui Sai On, voltou a referir que a região vai continuar a impulsionar a
cooperação entre empresas chinesas e de países de língua portuguesa e apoiar ‘startups’ interessadas em desenvolverem
a sua actividade no território ou na região da Grande Baía. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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