Com a expectativa de aproveitar as vantagens de Macau no intercâmbio humanista entre a China e os países de língua portuguesa, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura assumiu ontem que deve ser estabelecida uma cooperação académica mais profunda entre as instituições e os ‘think tanks’ chineses e lusófonos, para introduzir novas dinâmicas e promover uma comunicação estreita entre as partes
A
secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, ao destacar os
laços culturais entre Macau e os países de língua portuguesa, assinalou que
pretende potenciar o papel de Macau na ligação académica entre os ‘think
tanks’ dos países de língua portuguesa com os do interior da China, de
forma a ajudar a enriquecer o modelo de cooperação para o intercâmbio entre as
instituições académicas de pesquisa sediadas na China e nos países lusófonos.
A
governante expressou ainda a sua esperança de aprofundar a construção e
desenvolvimento da Plataforma de ‘Think Tanks’ e a sua rede de
informações, aproveitando ao máximo os recursos de ‘think tanks’ de
todos os lados, bem como a aprendizagem mútua, para “promover uma comunicação e
cooperação mais estreitas entre a China e os países de língua portuguesa com
uma visão global e um pensamento estratégico”.
De
acordo com o discurso proferido ontem pela secretária na abertura do Fórum dos Think
Tanks entre a China e os Países de Língua Portuguesa, a longa história de
intercâmbio com os países lusófonos tem mostrado as suas próprias vantagens no
desenvolvimento comercial e humanístico sino-lusófonos.
“Especialmente
no decurso da construção da plataforma de serviços para a cooperação económica
e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, Macau tem
desempenhado um papel de ponte de ligação e tem promovido activamente, com
resultados frutíferos, a cooperação luso-chinesa, em diversos domínios, designadamente
nos da educação, cultura, turismo, economia e comércio”, sublinhou a
secretária.
Elsie
Ao Ieong, referindo o posicionamento da RAEM como “Base de Formação de Quadros
Qualificados Bilingues em Chinês e Português”, revelou que o Executivo está a promover
a construção de uma “Aliança para o Ensino da Língua Portuguesa na Grande
Baía”, o que permite a Macau tomar um papel de liderança no ensino da língua
portuguesa nesta zona, bem como no resto do interior da China.
A
colaboração com as instituições incubadoras do empreendedorismo juvenil da
Grande Baía também esteve em destaque, segundo a secretária. A medida visa
aprofundar o intercâmbio entre os jovens chineses e dos países lusófonos, com o
objectivo de atrair talentos para Macau e Grande Baía.
As
autoridades locais, recorde-se, estão a injectar recursos no desenvolvimento da
indústria de ‘big health’, “tendo a medicina tradicional chinesa como um
conteúdo importante do intercâmbio humanístico sino-lusófono, […] através da
organização de cursos de formação de tratamento específico da medicina
tradicional chinesa e colóquios online sobre a aplicação da medicina
tradicional chinesa em resposta à epidemia”, avançou a secretária.
Na
ocasião, Elsie Ao Ieong recordou que o 14.º Plano Quinquenal da China
estabelece a ampliação da função de Macau enquanto Plataforma Sino-lusófono,
acreditando que os avanços da Grande Baía e da Zona de Cooperação Aprofundada
em Hengqin podem trazer um “novo espaço e dinâmicas para o desenvolvimento de
Macau a longo prazo”, enriquecendo as funções de Macau na ligação entre a China
e os países de língua portuguesa.
“A
construção nacional de ‘think tanks’ e as respectivas cooperações
internacionais tornaram-se um canal importante para o intercâmbio económico e
humanístico a nível internacional” e, nesse sentido, a secretária assumiu que
os ‘think tanks’ poderão dar um impacto positivo e introduzir novas
ideias sobre o estímulo da promoção da cooperação entre as partes interessadas
no futuro.
No
Fórum dos Think Tanks entre a China e os Países de Língua Portuguesa, um
total de 19 especialistas e académicos de ‘think tanks’ e universidades,
oriundos de Macau, do Continente e dos países lusófonos, participaram em
debates online e offline sobre a cooperação luso-chinesa e o
respectivo papel de Macau, com a presença de cerca de 150 convidados. Catarina
Chan – Macau in “Ponto Final”
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