Díli
– O Governo timorense vai atribuir a nacionalidade timorense aos filhos de Max
Stahl, o jornalista britânico que gravou o massacre de 12 de novembro de 1991.
A
esposa de Max Stahl, Ingrid Bucens, encontrou-se com o Primeiro-ministro, Taur
Matan Ruak, para discutirem a possibilidade dos dois filhos, Leo e Malin Stahl,
adquirirem a nacionalidade timorense.
“O
Governo prometeu a Max Stahl atribuir a cidadania timorense aos nossos filhos”,
disse a esposa, após o encontro com o Primeiro-ministro, no Farol, em Díli.
Ingrid
Bucens ficou satisfeita com a decisão do Governo: “Sentimo-nos muito contentes
pelo reconhecimento, os meus filhos já têm a nacionalidade australiana e estão
prontos para receber a timorense. Timor-Leste é também a nossa casa há muitos
anos”, concluiu.
Além
disso, Ingrid Bucens aproveitou a oportunidade para pedir ao Primeiro-ministro
novas instalações para o Centro Audiovisual Max Stahl de Timor-Leste (CMSTL),
pois as atuais estão em mau estado.
Max
Stahl, jornalista e realizador, responsável pela filmagem das imagens do
massacre de Santa Cruz, em 1991, que permitiram chamar a atenção para a
situação de Timor-Leste e colocar o país no topo da agenda internacional, um
importante contributo para a autodeterminação do povo timorense.
Faleceu
a 28 de outubro, em Brisbane, vítima de doença prolongada, no mesmo dia que se
assinalavam os 30 anos da morte de Sebastião Gomes, que originou a homenagem
que culminou no massacre de Santa Cruz.
Christopher
Wenner, mais conhecido por Max Stahl, nasceu a 6 de dezembro de 1954 no Reino
Unido.
Depois
de ter passado por vários cenários de conflito, sobretudo na América Latina, em
agosto de 1981, Max Stahl veio para Timor-Leste apara filmar o documentário que
viria a chamar-se “In Cold Blood: The massacre of East Timor”.
A
12 de novembro de 1991, acompanhou e filmou a marcha de homenagem da igreja de
Motael até à campa de Sebastião Gomes, que culminou no massacre do cemitério de
Santa Cruz, em que centenas de jovens timorenses foram mortos por militares
indonésios. As imagens correram o mundo e deram a conhecer o drama timorense.
A
filmagem impulsionou a frente diplomática, catapultando Timor-Leste para as
primeiras páginas dos meios de comunicação mundiais, depois de vários anos em
que a situação timorense permanecia adormecida para a comunidade internacional.
Domingos Freitas – Timor-Leste in “Tatoli”
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