O projeto SinPAIN, conta com um financiamento europeu de 5,3 milhões de euros para melhorar o diagnóstico e tratamento da osteoartrite
O
projeto europeu SinPAIN,
do qual faz parte o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da
Universidade do Porto (i3S), recebeu recentemente um financiamento de 5,3
milhões de euros do programa Horizon Europe para, durante os próximos quatro
anos e meio, desenvolver terapias personalizadas de diagnóstico e tratamento
para diferentes fases da osteoartrite com o intuito de aliviar a dor e retardar
a progressão da doença.
A
osteoartrite é a doença articular crónica mais comum em todo o mundo – afeta
cerca de sete por cento da população mundial, com tendência para aumentar – e
está entre as principais causas de incapacidade física dos adultos mais idosos
e principalmente das mulheres. Para além do sofrimento (dor crónica, rigidez e
flexibilidade limitada), trata-se de uma patologia com elevados custos
associados. O certo é que até agora não existem tratamentos eficazes, pelo que
se torna urgente encontrar novas soluções.
No
seguimento da explosão de tecnologias de RNA nos últimos anos, como é o caso
das vacinas para a COVID-19, o SinPAIN propõe-se combinar terapias baseadas em
RNA com as estratégias de nanomedicina para assim conseguir uma gestão
eficiente da patologia e uma maior taxa de sucesso no tratamento da
osteoartrite do joelho em diferentes fases de progressão da doença – desde
estados mais iniciais até estados mais graves da doença.
No
SinPAIN, células recolhidas de biópsias de pacientes vão ser utilizadas para
criar modelos patológicos que conseguem imitar as condições biológicas da
osteoartrite no joelho.
Estes
modelos celulares vão permitir ter uma visão mais aprofundada dos mecanismos
biológicos que regulam a progressão da doença no joelho, e vão permitir testar
os produtos terapêuticos desenvolvidos de modo a identificar como a dor dos
pacientes pode ser reduzida e como a evolução da doença pode ser abrandada.
Mais de 500 mil euros para o i3S
Liderado
pelo instituto de investigação espanhol CIDETEC Nanomedicina, o consórcio
SinPAIN integra 12 instituições sediadas na Europa e nos EUA. A investigadora
Meriem Lamghari, líder do grupo do i3S “Neuro & Skeletal Circuits”,
coordena a participação portuguesa e irá receber um financiamento de 516 mil
euros para garantir a eficácia das nanoterapias desenvolvidas neste projeto.
Aproveitando
todos os dados obtidos durante o projeto, uma ferramenta de tomada de decisão
fundamentada em inteligência artificial será avaliada para oferecer aos
pacientes terapia personalizadas para diferentes fases de progressão da
osteoartrite do joelho.
“Os
pacientes com osteoartrite, e são 500 milhões em todo o mundo, precisam
urgentemente de novos tratamentos para aliviar a dor crónica e retardar a
progressão da doença. Trata-se de uma doença degenerativa que afeta cada vez
mais pessoas e que reduz muito a qualidade de vida. Para além de encontrar
novas terapias, também é urgente conhecer melhor as causas e os mecanismos desta
doença”, explica Meriem Lamghari.
Este
projeto, acrescenta a investigadora, “surge de uma longa colaboração com
parceiros que partilham um objetivo: trazer algum alívio aos milhões de pessoas
que sofrem diariamente com esta doença, e encontrar novas e melhores soluções
para osteoartrite”.
Para
além do i3S, são parceiros do projeto SinPAIN: o Inserm – National Institute of
Health and Medical Research (Institut national de la santé et de la recherche
médicale) (França); OZ Biosciences (OZB) (França); Saarland University
(Alemanha); EURICE – European Research and Project Office GmbH
(GerAlemanhamany); Reykjavik University (Islândia); UPO – Università del
Piemonte Orientale (Itália); Cidetec (Espanha); Asphalion Sl (Espanha); AO
Research Institute Davos (Suiça); University of Liverpool (Reino Unido); e UCLA
– The Regents of the University of California (EUA). Universidade do Porto -
Portugal
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