O
novo livro de Juvenal Bucuane é, na verdade, uma novela, onde o escritor e
poeta ficciona a história incestuosa de uma mãe e um filho. Masingita ou a
subtileza do incesto foi apresentado ao público esta quarta-feira, no Camões –
Centro Cultural Português em Maputo.
Masingita
é a história de Marta e Pepuka, personagens que convocam o leitor ao universo
do pecado e do proibido. Tratando-se de mãe e filho que se envolvem
sexualmente, do acto nasce um filho, que se vê mergulhado numa história
complexa e arrepiante.
Masingita
é um termo ronga que significa sacrilégio ou representação do sobrenatural. No
Sul de Moçambique, o termo é usado para expressar o insólito ou para reprimir
qualquer acção que não seja comumente aceite, como é o caso de uma mãe que
concebe de seu próprio filho.
Juvenal
Bucuane busca, junto do leitor, responder a algumas questões que lhe surgem
quando escreve sobre o incesto, um problema que entende ser de realidade
moçambicana, mas pouco discutido.
A
novela de Juvenal Bucuane leva a ficção a uma prática que existe na sociedade
moçambicana, mas, muitas vezes, é ignorada, o incesto.
Ao
ler o livro, Juvenal Bucuane espera que o leitor, em especial o moçambicano,
reflicta sobre o assunto e que possa levantar um debate social.
“O
incesto acontece. O que eu espero é que o leitor receba este livro de uma forma
diferente de como tem recebido os outros, porque este traz um assunto que eu
não me lembro que se tenha discutido alguma vez. Então para as pessoas é uma
novidade trazer-se este assunto a lume. As pessoas vão estar interessadas em
discutir o problema. Portanto é uma novidade e penso que vai ter algum
impacto”, explicou Bucuane.
O
livro foi lançado esta quarta-feira no Camões – Centro Cultural Português, em
Maputo, sob a chancela da Editorial Fundza. In “O País”
- Moçambique
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