O Departamento de Estados dos EUA anunciou uma recompensa de cinco milhões de dólares por informações que levem à detenção ou condenação de António Indjai, antigo chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau
O general
António Indjai está desde maio de 2012, na sequência de um golpe de Estado
ocorrido em abril do mesmo ano na Guiné-Bissau, sujeito a sanções impostas
pelas Nações Unidas, que o impedem de viajar.
Segundo
um comunicado divulgado esta quinta-feira (19) pelo porta-voz do Departamento
de Estado dos EUA, Ned Price, António Indjai "liderou uma organização
criminosa que participou ativamente no tráfico de droga na Guiné-Bissau e na
região durante muitos anos, mesmo enquanto chefiava as Forças Armadas
guineenses".
"António
Indjai era visto como uma das mais poderosas figuras desestabilizadoras da
Guiné-Bissau, operando livremente em toda a África Ocidental, usando as
receitas ilegais para corromper e desestabilizar outros governos estrangeiros e
minar o Estado de Direito em toda a região", refere o comunicado.
O
Departamento de Estado salienta que, segundo uma acusação feita em janeiro de
2013, no verão de 2012 fontes da DEA (Drug Enforcemente Adminitration, agência
norte-americana anti-narcotráfico) iniciaram contactos com António Indjai e
associados na Guiné-Bissau.
"Entre
junho e novembro de 2012, António Indjai concordou em receber e armazenar
várias toneladas de cocaína que alegadamente pertenceriam às FARC (Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia), para vender em benefício das FARC,
segundo entendeu", refere o comunicado.
O
Departamento de Estado afirma que António Indjai e os seus associados
"concordaram que uma parte da cocaína recebida seria usada para pagar aos
funcionários do Governo da Guiné-Bissau".
"Além
disso, Indjai e os seus associados concordaram em comprar armas, incluindo
mísseis antiaéreos para as FARC, usando o dinheiro da droga, e estabeleceram
uma empresa de fachada na Guiné-Bissau para concluir as transações ilícitas de
armas, desestabilizando ainda mais a África Ocidental e a América Latina",
salienta.
O
Departamento de Estado sublinha que Indjai foi acusado de conspiração de
narcoterrorismo, conspiração para importar cocaína, conspiração para fornecer
apoio material a uma organização terrorista estrangeira e conspiração para
adquirir e transferir mísseis antiaéreos.
A
recompensa é oferecida pelo Programa de Recompensas de Narcóticos do
Departamento de Estado. In “Diário de Notícias”
– Portugal com “Lusa”
O
blogue “Baía da Lusofonia” denunciou esta situação em novembro de 2012
que poderá agora reler com o título “Noriegas”.
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