Entre 2018 e o passado mês de Junho, 291 portugueses obtiveram o estatuto de residência de Macau, enquanto 78 ficaram sem BIR. O “saldo positivo” que se verificava inverteu-se ligeiramente nos primeiros seis meses deste ano
Desde
2018 até Junho deste ano, um total de 78 portugueses ficaram sem o estatuto de
residente de Macau. A informação foi disponibilizada ao HM pelo Corpo de
Polícia de Segurança Pública (CPSP).
De
acordo com as autoridades, o principal motivo que levou à perda do estatuto de
residente prendeu-se com a caducidade, ou seja, foi considerado que os
requisitos que tinham servido de fundamentação para autorização da residência
já não estavam a ser cumpridos. Este tipo de situações inclui, por exemplo, residentes
não-permanentes que ficaram sem emprego e que não conseguiram encontrar uma
alternativa laboral, situação que obrigou a que tivessem de sair da RAEM.
O
primeiro ano da pandemia, 2020, foi quando mais portugueses perderam o estatuto
de residente por caducidade desde 2018, num total de 20 pessoas. No corrente
ano, e considerando apenas os primeiros seis meses, nove portugueses ficaram
sem residência.
A
pandemia parece ter aumentado o número de situações de caducidades da
residência face a 2019, quando foram 13 os portugueses a perder o estatuto.
Contudo, em 2018, o número subiu outra vez para os níveis mais recentes, quando
19 portugueses foram afectados pela perda do estatuto.
Além
da caducidade, segundo a explicação das autoridades, houve ainda portugueses a
perder a residência por se considerar que “as finalidades pretendidas com a
residência na RAEM e respectiva viabilidade” estavam em causa.
Neste
capítulo estão inseridas as pessoas com residência não-permanente que não
passaram o número de dias exigidos por ano em Macau, uma das exigências para a
renovação.
A
viabilidade foi assim evocada oito vezes em 2020, duas vezes em 2019 e sete
vezes em 2017, como motivo para revogação do estatuto. No entanto, os dados do
CPSP, mostram que este ano ainda não houve qualquer processo do género.
Saldo positivo
Também
desde 2018, segundo os dados da Direcção dos Serviços de Imigração, 291
cidadãos portugueses obtiveram residência, o que significa que em três anos e
meio Macau passou a contar com mais 213 portugueses com estatuto de residente.
No
entanto, a encerramento das fronteiras e as medidas que restringiram a
circulação afectaram a contagem demográfica de forma significativa. Antes da
pandemia, nomeadamente nos anos de 2018 e 2019, registaram-se sempre subidas de
100 portugueses a tornarem-se residentes. Em 2018 foram 108 e no ano seguinte
109.
Em
2020, depois do surgimento da pandemia, os processos aprovados baixaram para
68, o que representa uma redução de 37,7 por cento, face ao ano anterior.
Porém, o maior impacto fez-se sentir durante o corrente ano, quando apenas 6
processos foram aprovados na primeira metade do ano.
Se
a tendência dos primeiros meses do ano se mantiver, um total de 12 portugueses
vão obter autorização de residência, o que representa uma redução de 89 por
cento face a 2019. Porém, esta é a primeira vez, desde 2018, que o número de
portugueses que perderam o estatuto de residente é superior aos que obtiveram
BIR, registando um saldo negativo de três pessoas. João Filipe – Macau in “Hoje
Macau”
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