Portugal
vai doar meio milhão de vacinas a Angola no âmbito do combate à covid-19, até
ao final deste ano, anunciaram responsáveis dos dois países.
O
anúncio foi feito na quinta-feira à noite no Aeroporto Internacional 4 de
fevereiro, em Luanda, durante a entrega da segunda remessa de vacinas doadas
por Portugal no âmbito da cooperação com Angola, composta por 134 mil doses de
AstraZeneca, além de seringas, agulhas e outros materiais.
A
ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, agradeceu a solidariedade com o
povo angolano, que “cimenta os laços de amizade e cooperação” entre os dois
países, classificando Portugal como “um parceiro estratégico” na luta contra a
pandemia.
“Esta
doação é um apoio muito grande. Tivemos informação que muito em breve vamos
receber outros lotes de vacinas, em quantidades superiores e provavelmente
teremos meio milhão de vacinas doadas por Portugal”, destacou.
Adiantou
ainda que as vacinas, com prazo de validade até outubro, terão “o melhor uso”:
serão distribuídas por todo o país para completar o esquema vacinal onde for
necessário administrar segundas doses, mas a maior parte ficará em Luanda,
devendo começar a ser administradas a partir de hoje, explicou.
“O
que queremos garantir à nossa população é que estas vacinas são seguras e estão
dentro do prazo”, disse a responsável da Saúde.
O
embaixador de Portugal, Pedro Pessoa e Costa, adiantou que na próxima semana
deverão ser enviadas para Angola mais 185 mil vacinas, doação que será
reforçada gradualmente até atingir as 500 mil doses.
“Isto
significa o respeito que temos por Angola e pelos angolanos e o reconhecimento
pelo que está a ser feito no combate à covid-19. Sabemos que só estaremos todos
salvos quando todos estivermos vacinados”, realçou o diplomata.
Pedro
Pessoa e Costa acrescentou que a doação vai ser concretizada até ao final do
ano e poderá acontecer ainda no próximo mês.
“Estamos
a trabalhar nisso com as autoridades angolanas e com a senhora ministra”,
afirmou.
O
embaixador adiantou que as autoridades continuam também a trabalhar em soluções
para garantir a atribuição do certificado digital europeu a cidadãos vacinados
em Angola.
A
criação de certificados digitais está também a ser tratada em Angola, indicou
Sílvia Lutucuta.
“Acreditamos
que, a curto prazo, já teremos resolvido esta questão”, salientou, lembrando
que as pessoas vacinadas também podem ser infetadas se não tiverem os cuidados
devidos, pelo que tal não significa o fim das restrições.
“Enquanto
não tivermos um número considerável de pessoas vacinadas, acima dos 70%, ainda
vamos manter as medidas vigentes no nosso país “, avisou, notando que Angola
tem atualmente apenas 6% de vacinados.
A
ajuda enquadra-se na segunda fase do Plano de Ação na resposta sanitária à
pandemia de covid-19 entre Portugal e os países africanos lusófonos e
Timor-Leste, que prevê a disponibilização de, pelo menos, 5% das vacinas contra
a doença adquiridas por Portugal.
A
operacionalização desta ação é resultado do esforço conjunto do Ministério dos
Negócios Estrangeiros, designadamente através do Camões – Instituto da
Cooperação e da Língua e da Embaixada de Portugal em Luanda, e do Ministério da
Saúde, através da Direção-Geral da Saúde (DGS), da Autoridade Nacional do
Medicamento e Produtos de Saúde (INFARMED) e ainda da ‘Task Force’ do Plano
Nacional de Vacinação Contra a Covid-19 em Portugal.
Angola
contabiliza, desde o início da pandemia, um total de 1133 óbitos associados à
covid-19, 45.325 casos positivos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, e 42080
recuperados da doença. Atualmente regista 2112 ativos, dos quais oito em estado
crítico, 25 graves, 50 moderados, 30 leves e 1999 assintomáticos, estando
internadas 113 pessoas, em quarentena institucional 227 e sob vigilância
epidemiológica 738 contatos. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário