Em
Brasília nesta terça-feira, o presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló,
disse que o país africano quer ampliar e diversificar a cooperação com o Brasil
e intensificar as relações econômica e empresarial entre os dois países.
Embaló
está em visita ao Brasil e se reuniu no Palácio do Planalto, com o presidente
Jair Bolsonaro.
Em
declaração à imprensa, ele explicou que o Brasil foi um dos primeiros países
que reconheceu a independência de Guiné-Bissau, em 1974, e, desde então, nunca
deixou de assistir o país.
“O
Brasil tem tudo que a Guiné-Bissau mais precisa nesse momento, por exemplo,
para modernizar a agricultura, a área da saúde e etc. Tem tecnologias muito
importantes que são capazes de apoiar a formação da Guiné-Bissau para podermos
desenvolver nosso país”, disse, sugerindo a criação de comissões mistas em
diferentes áreas.
A
relação bilateral entre os dois países é marcada pela cooperação técnica em
áreas como saúde, agricultura, educação, formação profissional e fortalecimento
das instituições do Estado. A cooperação prestada pelo Brasil ao país africano
ocorre tanto bilateralmente quanto multilateralmente, por meio da Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa.
Para
o presidente Bolsonaro, o país é uma porta de entrada para o comércio na região
da África Ocidental. O intercâmbio comercial bilateral, composto,
majoritariamente, de bens exportados pelo Brasil, foi de cerca de US$ 4 milhões
em 2020.
Entre
janeiro e julho deste ano, os produtos mais exportados pelo Brasil para a
Guiné-Bissau foram açúcares e melaços (21%) e outros produtos comestíveis e
preparações (16%). Entre os itens exportados também estão máquinas para
indústrias, ferramentas para uso manual e ou em máquinas, carnes de aves e café
torrado. O Brasil, por sua vez, importou da Guiné-Bissau frutas e nozes não
oleaginosas, frescas ou secas.
Segundo
Bolsonaro, durante o encontro reservado, os dois conversaram rapidamente sobre
questões como agricultura, saúde e defesa. “Temos muito a colaborar com a
Guiné-Bissau e eles também na questão da segurança no Atlântico Sul”, disse,
contando ainda que aceitou o convite para, oportunamente, visitar o país
africano.
“Já
firmei o compromisso com ele de visitarmos o seu país na primeira oportunidade.
Temos laços bastante antigos de amizade e cooperação entre os nossos países”,
disse Bolsonaro, em Brasília, ao lado de Embaló.
Em
julho deste ano, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, se reuniu
com a chanceler de Guiné-Bissau, Suzy Barbosa, ocasião em que debateram o
espaço de ampliação da cooperação Sul-Sul e o interesse recíproco de ampliar a
parceria em educação, agronegócio e defesa.
Já
Umaro Sissoco Embaló declarou aos jornalistas que o Brasil “nunca virou as
costas” ao país africano, apesar das “crises cíclicas” que atingem a
Guiné-Bissau.
“Estou
no Brasil a convite do meu amigo Presidente Bolsonaro. O Brasil foi um dos
primeiros países a reconhecer a independência da Guiné-Bissau, proclamada em
1974, e desde essa data que o Brasil nunca deixou de nos apoiar e assistir (…)
Quero dizer ao Presidente Bolsonaro que os laços que os nossos países têm são
muito fortes”, começou por dizer Embaló.
“Temos
passado por crises cíclicas e o Brasil nunca virou as costas ao povo irmão da
Guiné-Bissau e isso é uma grande satisfação. O futuro da cooperação entre a
Guiné-Bissau e o Brasil promete uma maior diversificação e um maior
aprofundamento das relações entre os povos”, acrescentou.
Umaro
Sissoco Embaló aproveitou para reforçar publicamente o convite para que
Bolsonaro visite o seu país “em setembro ou outubro, o mais tarde”, para
poderem “fortificar as relações”, adiantou a agência Lusa.
“Aproveito
também para dar orientação à nossa ministra de Estado e dos Negócios
Estrangeiros, para ver como é que nós podemos fazer uma comissão mista, em
termos ministeriais de diferentes áreas, para aprofundarmos as nossas
relações”, concluiu o general e Presidente da Guiné-Bissau.
Embaló
iniciou no dia 24 uma visita oficial de quatro dias ao país, com passagens por
São Paulo e Rio de Janeiro, além da capital, Brasília, onde seguiu para um
almoço fechado à imprensa, oferecido por Bolsonaro.
Durante
a tarde, o Presidente da Guiné-Bissau visitou ainda o Congresso Nacional.
Já
nesta quarta-feira, os dois Presidentes deverão participar numa cerimônia
alusiva ao Dia do Soldado, data que celebra a atividade exercida pelos soldados
do Exército brasileiro.
Umaro
Sissoco Embaló, que partilha com o mandatário brasileiro um passado militar,
terminará a sua visita de quase uma semana com viagens a São Paulo e ao Rio de
Janeiro.
Na
capital paulista, deverá visitar o Museu da Língua Portuguesa, além de encontro
com o governador do estado. No Rio de Janeiro, visita o Comando de Operações
Navais da Marinha do Brasil, segundo o Ministério das Relações Exteriores em
comunicado. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário