O
Presidente de Timor-Leste defendeu que o recrutamento de timorenses para
trabalharem em Portugal devia ser feito localmente ou à chegada ao país, para
evitar “falsas agências de emprego” e “combater o “tráfico humano”. O que
“faria todo o sentido é que qualquer timorense que queira trabalhar em
Portugal, chegando lá, fosse apoiado por agências vocacionadas para o efeito e
fossem logo trabalhar”, disse José Ramos-Horta, quando questionado pela Lusa
sobre a decisão de Portugal de passar a exigir comprovativo de meios de
subsistência para atribuir visto de trabalho a cidadãos da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP). “Eu compreendo, do lado de Portugal que
haja precauções”, disse o chefe de Estado, dando como exemplo o Japão, que
abriu um programa para contratar trabalhadores estrangeiros, mas que chegam ao
país já com contrato e emprego garantido.
O
objectivo, explicou Ramos-Horta, é “evitar que vão milhares de pessoas de
repente e só depois é que começam a procurar emprego”. Nesse sentido, o
Presidente timorense defendeu também que deviam instalar-se em Timor-Leste
agências portuguesas de contratação de trabalhadores. “Fazem entrevistas e
recrutamento aqui, toda a papelada é feita, para evitar falsas agências de
emprego, combater o tráfico humano, falsas agências de viagens. Muitos
timorenses que foram para Inglaterra, há 20 anos, primeiro foram para Portugal
e foi uma agência portuguesa que organizou tudo e que continua a apoiar
timorenses”, salientou.
O
secretário das Comunidades Portuguesas, José Cesário, anunciou terça-feira que
os cidadãos lusófonos que pretendam entrar em Portugal com um visto de trabalho
da CPLP vão ter de comprovar meios de subsistência até arranjarem trabalho, ao
contrário do que estava anteriormente previsto. O ministro dos Negócios
Estrangeiros, Paulo Rangel, já tinha afirmado em 09 de maio que o Governo
português está a trabalhar em “acordos laborais” com países lusófonos para
identificar necessidades de mão-de-obra, nomeadamente na agricultura e regular
o fluxo de imigrantes.
Portugal
e Timor-Leste assinaram em outubro um memorando de entendimento sobre
Mobilidade Laboral com o objetivo de facilitar a migração legal de
trabalhadores timorenses para território português, assegurando os seus
direitos laborais e de proteção social. Segundo os Censos de 2022 de
Timor-Leste, os seis principais destinos de emigrantes timorenses são o Reino
Unido, Irlanda, Coreia do Sul, Austrália, Indonésia e Portugal. In “Ponto
Final” - Macau
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