A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude afirmou que há actualmente mais de 3000 alunos em Macau que estudam num ambiente de língua portuguesa desde a infância. Revelou ainda que o Programa de Iniciação de Aprendizagem da Língua Portuguesa, lançado no ano passado, conta agora com 150 alunos, estando a produzir “resultados positivos”
As
autoridades reiteram a importância atribuída à promoção da educação da língua
portuguesa, indicando que mais de três mil alunos locais estão, desde a
infância, a estudar num ambiente educativo de língua portuguesa. Na edição de
ontem do “Fórum de Macau”, programa matutino do canal chinês da Rádio Macau, a
Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ)
afirmou que vai ainda “aprofundar” o desenvolvimento integrado das escolas
oficiais da língua portuguesa, bem como das turmas bilíngues.
Choi
Man Chi, chefe do Departamento do Ensino Não Superior da DSEDJ, frisou que foi
lançado no ano passado o Programa de Iniciação de Aprendizagem da Língua
Portuguesa, que atraiu a participação de cerca de 150 alunos do ensino
secundário. “O resultado do programa está a ser positivo”, destacou.
Segundo
a representante do organismo, o Programa de Iniciação de Aprendizagem da Língua
Portuguesa prevê um curso de aprendizagem com duração de quatro anos, destinado
aos alunos cuja língua materna não é portuguesa e com interesse de prosseguir
os estudos de ensino superior em Portugal. Para além das aulas de português, o
curso oferece ainda actividades culturais, abrangendo culinária, música
portuguesa e pintura em azulejos.
“A
aprendizagem da língua portuguesa pode tornar-se ainda mais dinâmica”, disse.
Choi Man Chi acrescentou que o programa vai organizar visitas dos alunos em
áreas com ligação à língua portuguesa, como os bancos, a Assembleia Legislativa
e determinadas empresas, com o intuito de aprofundar os seus conhecimentos
sobre profissões e indústrias relevantes.
Em
Macau abriu mais uma escola privada com elementos de programas portugueses e
internacionais neste ano lectivo de 2023/2024, segundo Choi, sublinhando que,
entretanto, as escolas do ensino técnico-profissional de ensino não superior
têm se empenhado em melhorar a competência de tradução chinês-português dos
seus estudantes, promovendo o ensino da língua portuguesa. A responsável deixou
ainda a garantia de alargar o escopo das bolsas de estudo para ajudar a
formação de quadros qualificados de língua portuguesa.
No
programa da rádio de ontem, alguns cidadãos telefonaram para sugerir o reforço
do ensino das línguas em Macau, bem como a realização de actividades familiares
para aprender português. Um outro residente manifestou preocupação sobre o
desenvolvimento rápido da inteligência artificial, que poderá substituir os
tradutores chinês-português.
Choi
Man Chi, em resposta, disse que, com a evolução da sociedade, as disciplinas
relacionadas com a tecnologia, como a inteligência artificial, tornaram-se mais
populares entre os estudantes de Macau que vão estudar para Portugal.
“No
passado, a sociedade local necessitava de mais talentos de língua portuguesa
nas áreas da tradução e do direito”, referiu Choi Man Chi, salientando que as
autoridades reforçaram agora a educação dos alunos em competências integradas e
aplicadas, tendo alargado os programas subsidiados para o estudo de alunos
locais no estrangeiro, incluindo disciplinas como farmácia, economia,
bio-engenharia, inteligência artificial e matemática. Catarina Chan – Macau in “Ponto
Final”
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