Afirmou-se no rap, no seu último álbum aventurou-se, com sucesso, no afrobeat e outros ritmos, mas agora regressa às origens em “Passajeru”, seu novo EP, prestes a ser lançado. O primeiro single “Nu tem ki muda” feat Garry, já está nas plataformas digitais
“Um
rapper que também canta afrobeat e outros ritmos”. É assim que Trakinuz, de
nome próprio Jailson Correia, se descreve enquanto artista. E é movido por esta
identidade que regressa agora aos ritmos que o lançaram no mundo da música, num
EP “Passajeru”, de sete faixas musicais, maioritariamente do estilo rap.
“A
ruptura que aconteceu no meu álbum foi boa, até um certo ponto, porque foi uma
alternativa dentro do meu caminho, dentro daquilo que é a minha essência. Eu
sou um rapper, que também faz afrobeat e outros estilos de música. Não sou um
cantor de afrobeat que faz rap”, explica o artista.
Neste
seu novo trabalho, cujo primeiro single já está revelado nas plataformas
digitais, vai contar, segundo diz, com músicas mais centradas no Trakinuz que
as pessoas já conhecem, o Trakinuz do início, ligado ao rap, a ideologias, ao
movimento.
Entretanto,
o mesmo não vai deixar de lado outros estilos. O single “Nu tem ki muda”,
lançado a 12 do corrente mês, revela uma parceria com o músico Garry e já soma
quase 200 mil visualizações no Youtube.
“Passajeru”,
assim como o nome sugere, fala da passagem pelo Mundo e da impermanência que
caracteriza o ser humano. “Vivemos a pensar no amanhã e nos esquecemos do hoje.
Não nos apercebemos que estamos aqui por um tempo e que o amanhã é incerto”,
diz o artista, para quem este EP é, por isso, uma chamada de atenção para
“vivermos o presente, da forma que é possível para cada pessoa, porque tudo
passa”.
Fãs já cobravam este regresso
Apesar
da boa aceitação e sucesso do último álbum, onde o artista apostou mais no
afrobeat e outros estilos, Trakinuz assume que os fãs já cobravam por este
regresso às suas raízes.
“Directa
ou indirectamente eu senti isso. Acho que o público consegue sentir a nossa
essência. E as pessoas que gostam de ti por aquilo que trouxeste desde o início
geralmente não são pessoas que aceitam mudanças muito profundas. Eu, como
artista, sinto que meu campo de actuação de verdade é o rap. Posso fazer outras
coisas, mas é no rap que me sinto em casa”, revela.
Realizado
“Rapazinhu
Fora”, nascido e criado nos Picos, São Salvador do Mundo, esta referência está
presente ao longo dos seus trabalhos, simbolizando uma criança que um dia
sonhou viver a música e hoje vê esse sonho realidade.
“Este
rapazinho hoje é um jovem que continua sonhador, continua a lutar pelas coisas
que acredita. Sou realizado, até um certo ponto, porque desde criança o meu
sonho foi viver a música e é algo que já consegui. Já sei o que é fazer música,
sei o que é fazer um show para dez pessoas ou para cinco mil pessoas. A minha
coragem para me aventurar neste caminho me traz benefícios que, se neste
momento eu decidir parar, não vou ficar a pensar o que poderia ter sido. Se eu
parar vou parar uma pessoa feliz”, garante.
Ainda
assim, novas metas são traçadas e os desafios vão ficando cada vez maiores para
este artista que faz um balanço “extremamente positivo” da sua carreira, que o
tem levado a vários palcos nacionais e internacionais.
Neste
momento, prepara-se para uma nova leva de shows, que começa no Fogo, pelas
festas de São Filipe, e passa depois por Luxemburgo, Praia e França. Natalina
Andrade – Cabo Verde in “A Nação”
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