Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 11 de maio de 2024

Cabo Verde - Trakinuz volta às origens em novo EP “Passajeru”

Afirmou-se no rap, no seu último álbum aventurou-se, com sucesso, no afrobeat e outros ritmos, mas agora regressa às origens em “Passajeru”, seu novo EP, prestes a ser lançado. O primeiro single “Nu tem ki muda” feat Garry, já está nas plataformas digitais


“Um rapper que também canta afrobeat e outros ritmos”. É assim que Trakinuz, de nome próprio Jailson Correia, se descreve enquanto artista. E é movido por esta identidade que regressa agora aos ritmos que o lançaram no mundo da música, num EP “Passajeru”, de sete faixas musicais, maioritariamente do estilo rap.

“A ruptura que aconteceu no meu álbum foi boa, até um certo ponto, porque foi uma alternativa dentro do meu caminho, dentro daquilo que é a minha essência. Eu sou um rapper, que também faz afrobeat e outros estilos de música. Não sou um cantor de afrobeat que faz rap”, explica o artista.

Neste seu novo trabalho, cujo primeiro single já está revelado nas plataformas digitais, vai contar, segundo diz, com músicas mais centradas no Trakinuz que as pessoas já conhecem, o Trakinuz do início, ligado ao rap, a ideologias, ao movimento.

Entretanto, o mesmo não vai deixar de lado outros estilos. O single “Nu tem ki muda”, lançado a 12 do corrente mês, revela uma parceria com o músico Garry e já soma quase 200 mil visualizações no Youtube. 

“Passajeru”, assim como o nome sugere, fala da passagem pelo Mundo e da impermanência que caracteriza o ser humano. “Vivemos a pensar no amanhã e nos esquecemos do hoje. Não nos apercebemos que estamos aqui por um tempo e que o amanhã é incerto”, diz o artista, para quem este EP é, por isso, uma chamada de atenção para “vivermos o presente, da forma que é possível para cada pessoa, porque tudo passa”.

Fãs já cobravam este regresso

Apesar da boa aceitação e sucesso do último álbum, onde o artista apostou mais no afrobeat e outros estilos, Trakinuz assume que os fãs já cobravam por este regresso às suas raízes.

“Directa ou indirectamente eu senti isso. Acho que o público consegue sentir a nossa essência. E as pessoas que gostam de ti por aquilo que trouxeste desde o início geralmente não são pessoas que aceitam mudanças muito profundas. Eu, como artista, sinto que meu campo de actuação de verdade é o rap. Posso fazer outras coisas, mas é no rap que me sinto em casa”, revela.

Realizado

“Rapazinhu Fora”, nascido e criado nos Picos, São Salvador do Mundo, esta referência está presente ao longo dos seus trabalhos, simbolizando uma criança que um dia sonhou viver a música e hoje vê esse sonho realidade.

“Este rapazinho hoje é um jovem que continua sonhador, continua a lutar pelas coisas que acredita. Sou realizado, até um certo ponto, porque desde criança o meu sonho foi viver a música e é algo que já consegui. Já sei o que é fazer música, sei o que é fazer um show para dez pessoas ou para cinco mil pessoas. A minha coragem para me aventurar neste caminho me traz benefícios que, se neste momento eu decidir parar, não vou ficar a pensar o que poderia ter sido. Se eu parar vou parar uma pessoa feliz”, garante.

Ainda assim, novas metas são traçadas e os desafios vão ficando cada vez maiores para este artista que faz um balanço “extremamente positivo” da sua carreira, que o tem levado a vários palcos nacionais e internacionais.

Neste momento, prepara-se para uma nova leva de shows, que começa no Fogo, pelas festas de São Filipe, e passa depois por Luxemburgo, Praia e França. Natalina Andrade – Cabo Verde in “A Nação”


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