Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Angola - Mais de 100 mil casos de malária no primeiro trimestre deste ano no município do Cazenga em Luanda

O município do Cazenga, em Luanda, registou, só de Janeiro a Março deste ano, mais de 100 mil casos de malária, mais 10 mil comparando com o período homólogo de 2023, com maior enfâse em mulheres grávidas e crianças menores de cinco anos, uma situação que está a preocupar as autoridades deste município, soube o Novo Jornal


As autoridades reconhecem que o nível da doença está em alta no município e que diariamente o Hospital Municipal do Cazenga e o dos Cajueiros registam centenas de casos, mas não avançaram o número de óbitos registados neste período.

Na província de Luanda, os dados estatísticos dos primeiros três meses deste ano não foram ainda revelados, mas a informação que chegou ao Novo Jornal indica que ao nível dos municípios, o Cazenga continua no topo da lista, uma situação que inquieta a administração municipal.

De Janeiro a Março do ano passado, as unidades de saúde do município do Cazenga reportaram à direcção municipal mais de 90 mil casos de malária. Este ano, no mesmo período, as autoridades reportaram 100 mil.

Ao Novo Jornal, não aceitam revelar o total de mortos no primeiro trimestre, mas asseguram que os números são "preocupantes".

A informação foi avançada ao Novo Jornal pelo director municipal da Saúde, Caetano Miguel, que disse que há nesta altura um trabalho árduo da administração do Cazenga para combater esta doença, que é a segunda causa de morte em Angola, a seguir à sinistralidade rodoviária.

Segundo o responsável, a malária é a doença que mais frequentemente assola os habitantes do município.

"Estamos a falar de 101 mil casos só no primeiro trimestre deste ano. É um número preocupante, mas estamos a trabalhar para reduzi-lo", disse o director municipal.

Entretanto, a administração do Cazenga deu início, na semana passada, a uma campanha municipal de combate à malária.

Segundo Caetano Miguel, é importante que as famílias ataquem o problema, evitando acima de tudo o contacto com os mosquitos, usando mosquiteiros. Já os munícipes, pedem às autoridades que melhorem o saneamento básico nos bairros, para evitar que a malária seja a principal patologia nos hospitais.

O Novo Jornal sabe que os distritos urbanos mais afectados pela doença são os do Kalawenda, Hoji-Ya-Henda, Cazenga Popular e Tala-Hadi.

Com uma população estimada em dois milhões de habitantes, o Cazenga tem 15 unidades sanitárias públicas, sendo um hospital geral e dois municipais.

O Hospital Geral dos Cajueiros é a unidade de saúde a nível do município que mais tem recebido pacientes, e onde mais de 1500 doentes são atendidos diariamente. Deste número, centenas são diagnosticados com malária. Fernando Calueto – Angola in “Novo Jornal”

 


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